Quem sabe faz a hora…

“Vem vamos embora que esperar não é saber, quem sabe faz a hora, não espera acontecer.” (Geraldo Vandré – Pra não dizer que não falei das flores)
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Independente do gosto musical que nos embale, poucas pessoas, de idosos a jovens, poderão dizer que não conhecem ou que nunca cantarolaram a emblemática música “Pra não dizer que não falei das flores”, de Geraldo Vandré. Uma música que norteou o idealismo de várias gerações, a canção foi composta por Vandré na década de 60, época dos memoráveis festivais de MPB. Ficou em segundo lugar no festival de 1968, foi censurada e teve a sua execução proibida durante anos pelo governo militar, mas venceu todas as barreiras e tornou-se um hino da resistência civil da juventude militante durante os conturbados e difíceis anos da ditadura.
Mas, essa canção, que ficou em vigésimo oitavo lugar na lista das 100 Maiores Músicas Brasileiras de todos os tempos, num ranqueamento promovido pela revista Rolling Stone, conseguiu ultrapassar as fronteiras e, muito mais que a sua significação política e ideológica, simbolizou muitos outros anseios, servindo de pano de fundo para diferentes cenários e situações, além de ser, indiscutivelmente, uma linda canção. Mais do que falar dos soldados armados, amados ou não, nas escolas, nas ruas, campos e construções, ela evoca a coragem de fazer acontecer, rebate o conformismo e estimula a luta e a superação.
Muitas pessoas passam pela vida se sentindo lesadas, enganadas, passadas pra trás. Acreditam, convictamente, que outras pessoas foram mais felizes que elas porque nasceram melhor, foram mais bem educadas, tiveram mais oportunidades. Na parábola dos talentos, esses que se sentem tão injustiçados e vitimados pelas circunstâncias adversas podem ser comparados àquele servo que enterrou o único talento que lhe foi dado por medo de perdê-lo, de lesá-lo e de ofender o seu senhor. Essas pessoas existem em quantidade por aí, sempre a favor de tudo o que é contra e contra tudo o que é a favor, porque acreditam que a vida é má, que o destino é cruel, que não tiveram sorte e que o sol não nasce para todos. São pessoas que não temem ir para o inferno porque já vivem nele e, se puderem, arrastam outros consigo. Geralmente, além de negativas são invejosas e rancorosas, embora nos arranquem o fígado se lhes dissermos isso, pois acreditam piamente que são desditosas vítimas das circunstâncias.
Há uma outra categoria de pessoas, felizmente numa considerável quantidade, que se esforçam, se esmeram, se preparam para aproveitar bem o maior número de oportunidades que lhes aparecem. Normalmente são bem sucedidas, satisfeitas com a vida que têm e com o bom vento que sopra na sua direção. Costumam ser otimistas, persistentes, capazes e também protetoras, direcionando seus filhos ou agregados a terem esse olhar desprovido de negatividade e a estarem abertos para aproveitar as chances que a vida trás. Fracassam às vezes, como é natural, mas, não desistem. Ainda que desanimem um pouco diante das adversidades, estão sempre dispostas a recomeçar e a acreditar no amanhã, nos dias melhores, num futuro melhor. Costumam ter fé na vida e cultivam a esperança de uma eternidade benfazeja, acreditam no gozo celestial e procuram começar a sentir essa felicidade etérea aqui mesmo na terra, naquilo que é palpável e real. Elas podem ser comparadas ao servo bom que recebeu dois talentos e negociou com eles, multiplicando-os, não se importando em fazer isso para enriquecer o seu senhor, pois, ao contrário das primeiras, são pessoas que sabem dividir e que se preocupam também com o bem estar dos outros, embora muitas vezes coloquem o seu bem estar e o de sua família em lugar de destaque.
E há um pequeno número de pessoas que estão para a música de Vandré como a água está para a sede. São as que, mais do que aproveitar as oportunidades que surgem, que lhes são oferecidas, inventam as oportunidades quando essas não existem. Não posso afirmar que sejam as pessoas mais felizes, porque sua luta é árdua, suas vidas geralmente difíceis e seus desafios gigantescos, mas é esse reduzido contingente humano que faz a diferença no mundo. Esses são aqueles que, recebendo dez talentos, os centuplicam, porque veem além do óbvio, porque criam condições e situações onde milagres podem acontecer e não pensam somente em si e nos seus, aliás, muitas vezes, são solitários, mas, o que fazem – e geralmente fazem bem qualquer coisa que se proponham fazer –, fazem não apenas para si, mas para o mundo. São aquelas pessoas que pensam: “Por que fazer mais ou menos se posso fazer melhor?”.
Quiçá pudesse eu fazer parte desse reduzido número de transformadores da realidade! Talvez esse tenha sido sempre o meu objetivo, o meu alvo, a minha meta final. Longe estou, entretanto, de adquirir tão grande sabedoria, mas, ainda assim, me embala e me enleva a música do Vandré e eu prossigo caminhando, cantando e seguindo a canção, afinal, somos todos soldados armados ou não, somos todos iguais, braços dados ou não e, se a oportunidade aparentemente não vem ou é porque não estamos prestando a devida atenção, enquanto caminhamos, ou porque precisamos aprender a inventar as oportunidades, fazer acontecer, porque apenas esperar não é a melhor opção.

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