Não me vou embora para Pasárgada

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Fico pensando numa Pasárgada de Manuel Bandeira. Seria o mundo ideal para a fuga deste mundo real? Qual seria a sensação de ser amigo do rei, de ter uma amada/amado a quem possamos escolher para viver uma falsa/real felicidade? Vivemos tempos nebulosos que nem mesmo a poesia serve para nos refugiar deste alarido mundano. Há uma oscilação tão grande na nossa felicidade que a existência aqui é sofrida, enquanto a de lá é uma aventura. Aqui quase não há a liberdade de se fazer ginástica, andar de bicicleta e montar em burro brabo. As praças estão sucumbindo; os ciclistas não são respeitados e para montar em burro brabo tem que ser na base da violência. Pobre coitado! Por aqui temos tudo, assim como em Pasárgada, mas nos falta tanta humanidade que o tudo acaba sendo um nada para vivermos em sociedade. Vivemos com velhos estereótipos que nos impedem de conviver com as diferenças em todos os seus setores.

Talvez, por ser outra civilização, Pasárgada não tem interesses políticos, não tem escolas fechadas e nem a criação de vírus. Se Manoel Bandeira escolheu viver num mundo utópico é porque ele o construiu dentro das suas condições como poeta e como brasileiro. Eu preferiria uma Pasárgada à utopia de uma Europa, de uma América do Norte ou qualquer outro lugar que a sociedade construiu para fugir deste Brasil. Se a busca de um lugar ideal nos cansar, teremos a possibilidade de nos deitar na beira de um rio, prosear com a mãe-d’água e ouvir as histórias lendárias de uma terra utópica: as mesmas de quando éramos crianças e que nos arrepiávamos ao ouvi-las.

Mas esta terra que habitamos tem suas palmeiras onde cantam os sabiás. As aves que aqui gorjeiam não devem gorjear como as de Pasárgada. Aqui, por mais que a noite seja insegura, temos os prazeres de nossas terras, famílias e amigos. De que vale ser amigo do rei, sendo que, quem comanda, tem a tendência de ser um inimigo?

Temos bosques, estrelas e flores. Os amores que encontro aqui são mais reais do que os de lá. De que vale ter a amada/amado que eu quero se não sou amado como deveria ser? E se eu morrer, os que me amam chorarão por mim. Em Pasárgada, ser amigo de um rei, ter tudo o que gostaria de ter é viver numa falsa felicidade. Por aqui, por mais que seja difícil encarar a realidade, a maioria dos sentimentos são reais. A minha pátria é real. O meu povo é alegre mesmo vivendo na incerteza de se voltar vivo para casa. É um povo que luta, que ama, que doa e se solidariza. É hospitaleiro. É brasileiro puro. Minha pátria é o meu lugar. Não me vou embora para Pasárgada!

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