A autorregulação pode ser entendida como uma habilidade de gerenciar nosso comportamento e adequar nossas respostas às situações que vivemos e enfrentamos diariamente, considerando-se vários aspectos de nossas vivências como as respostas emocionais, a capacidade de atenção e o processo de aprendizagem, entre outras.
A autorregulação é o mecanismo que nos permite, durante o processo de aprendizagem, selecionar o foco da nossa atenção diante de vários estímulos diferentes, para nos concentrar na situação mais importante daquele momento específico. Por exemplo, isolar os sons da rua, os barulhos e outros estímulos, para nos atentar à fala do professor.
Permite, também, nas reações emocionais, inibir um comportamento impulsivo e inadequado em determinado lugar ou diante de uma situação que enfrentamos. É o que nos ajuda a conter atos impensados e dos quais poderemos nos arrepender logo depois ou de agir de uma forma inconveniente em um local que frequentamos.
As crianças adquirem e aprimoram a capacidade de autorregulação durante o próprio desenvolvimento e ao longo das situações que vão vivenciando. Uma criança de três anos, por exemplo, tem um mecanismo muito menos eficiente de se autorregular do que uma de sete anos. Porém, esta mesma habilidade pode variar de uma criança para outra, dentro de uma mesma faixa etária, dependendo da personalidade, de fatores hereditários e biológicos e do próprio meio.
Quando a autorregulação não está se apresentando da forma esperada, estas crianças tornam-se mais impulsivas, reagem a qualquer tipo de situação impensadamente, geralmente com agressões (verbais ou físicas) ou mesmo com atos reconhecidos como indisciplina. Tem mais dificuldades de obedecer às regras e acatar os limites e, por isto, começam a apresentar problemas no desempenho escolar e no convívio social.
A habilidade de se autocontrolar é muito importante em qualquer etapa da vida. Responder da forma mais eficaz e menos desgastante aos fatos que vamos vivendo ao longo do nosso caminho, diminui o estresse, melhora nossos relacionamentos pessoais, nos livra de situações embaraçosas ou até mesmo de perigo e aumenta nossa qualidade de vida.
Se, por algum motivo, esta habilidade estiver comprometida na criança ou mesmo no adulto, a probabilidade de desenvolver transtornos emocionais e, consequentemente, ter diversas dificuldades nos meios de convívio, sejam familiares, na escola ou trabalho, é grande e acaba promovendo sofrimento tanto para a pessoa quanto para os que convivem com ela.