Diários de Bicicleta

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Essa semana, falarei sobre a realização de um outro grande sonho. De última hora resolvemos correr atrás desse tal sonho, depois a gente dorme. Em 5 minutos estávamos numa agência combinando com os guias, que nos levariam a tentativa de subir Huayna Potosi, uma das maiores montanhas da Bolívia, que está a 6088 m.s.n.m. No dia seguinte às 9h da manhã partimos pra base da montanha. Chegamos, almoçamos e seguimos caminhando pro acampamento alto, que fica a 5130 m.s.n.m. Chegamos a tarde, jantamos às 6h e fomos pro berço. Malucos de todo o mundo, cada um mergulhado na sua concentração pra tentar subir a montanha no dia seguinte. Vários colchões no chão, cada um enrolado no seu saco de dormir e muita calma pra tentar dormir tão cedo. A meia noite acordamos. Um clima de ansiedade misturado com adrenalina dominava o acampamento. Cada um com sua lanterninha na cabeça, arrumando as coisas em alta velocidade, otimizando o tempo para que, no máximo a 1h da manhã, tudo estivesse pronto, a barriga cheia e o foco voltado à longa subida, que seria mil vezes mais difícil do que eu imaginava.
E então eu fui, única e exclusivamente concentrado na combinação “passos-respiração”.  Enfincando os pés na neve, com aquelas botas cheias de cravos em baixo, lanterna na cabeça e aqueles machadinhos pontudos nas mãos (veja minha experiência em relação aos nomes dos equipamentos). Foram horas de introspecção e muita vontade. Até as 4h30 da manhã eu estive bem, muito cansado, é claro, respiração muito ofegante, sem ar, mas estava bem. Depois disso a coisa ficou bem complicada. As duas últimas horas foram algo que eu nunca havia sentido. Um  desgaste físico muito grande, tão gigante quanto a vontade de chegar lá em cima. Seguimos fazendo pequenas paradas de descanso, as quais eu simplesmente jogava meu corpo na neve e buscava acalmar a respiração. Os passos deveriam ser extremamente lentos, e em alguns momentos, eu praticamente rastejei, com o corpo em 90°, como uma velhinha com dor nas costas. O tronco apoiado no machadinho, passos de pequenos centímetros e a outra mão no joelho, para segurar o resto do corpo. As vezes, quando as subidas davam uma trégua, eu voltava a caminhar normalmente, mas os últimos 45 minutos foram bem inclinados. Os últimos 20 minutos então, nem se fala. Para chegar no topo, que é só um pedacinho de neve, lá em cima, deve-se passar pela chamada “La Cresta”, que é um paredão, com um caminho de poucos centímetros, tendo de um lado um penhasco de 200, e do outro, 1000m. (calma mãe). 
Esse momento eu jamais vou esquecer. Não sei como, mas não senti medo, só adrenalina. Sabia que nada iria acontecer, o guia me tranquilizou, eu só não poderia me desconcentrar. Eu estava a pouquíssimos metros do final, estava ali, com o sol nascendo no lugar mais alto da minha vida, e mesmo assim eu pensei “Meu Deus, será que eu vou conseguir chegar?” Tive que pedir forças pra conseguir caminhar aqueles últimos metros, naquelas condições. Quando cheguei eu entendi por que o ser humano é tão maluco, e sente tanto prazer em ficar meses nas montanhas do Nepal, por exemplo, aclimatando o corpo, pra um dia conseguir chegar no topo do Everest, ficar 3 minutos e descer. É um prazer muito grande, uma conquista, uma satisfação inesquecível. Quando cheguei, desabei no chão, me joguei na neve e gritei, como um retardado. Foram 15 minutos lá em cima, curtindo o frio de -18°C e agradecendo muito a Deus por estar ali, 6088 metros mais próximo Dele. 

 

 

 

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