A força dos maus está na fraqueza dos bons

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Quem nunca assistiu a um filme no qual um menino bom e inteligente é apavorado por meninos maus que lhe batem na saída da escola, vandalizam seu armário, estragam seu material, roubam seu lanche e o apavoram de todas as maneiras? É uma imagem bem clichê e, quase sempre, o enredo dá uma guinada e alguma circunstância inesperada faz com que, no final, o menino bom acabe levando a melhor. Na vida real, porém, não é bem assim que as coisas acontecem.
Nós vivemos em um mundo em que o bem e o mal convivem e se enfrentam continuamente, mas, nem sempre os meninos bons conseguem ter um final feliz, geralmente os maus levam a melhor, não aparentam sentir nenhum remorso pelas suas atitudes e continuam vida afora espalhando um rastilho de pólvora por onde passam. Geralmente, pessoas más não têm escrúpulos, não têm palpas na língua, não se importam de ferir com palavras e atos, são sórdidas, cínicas, cruéis. Perto de algumas delas, os meninos maus dos filmes parecem anjinhos.
Se olharmos o mundo com otimismo, vamos encontrar o bem agindo em muitas frentes, então, podemos tentar nos convencer de que o bem ainda existe e que ele vencerá no final. No entanto, se olharmos com realismo, não será difícil ver que o mundo está dominado pelo mal, que a violência aumenta a cada dia, e não apenas a violência, mas a corrupção, a desonestidade, os golpes, os escândalos, as mentiras. Parece que vivemos numa terra sem lei dos velhos filmes de faroeste. O que ainda vamos ver? Aonde ainda vamos chegar?
Reconhecer que o mal existe é uma atitude de sabedoria. Quando estamos com medo do escuro, não adianta fechar os olhos, o escuro continua lá. Fechar os olhos e fazer de conta que a escuridão do mal não existe é uma atitude tola e é exatamente ela que fomenta e fortalece o mal. Ele é faminto e voraz e se alimenta da fraqueza dos bons, de sua tibieza, de sua timidez.
Pode-se depreender de minhas palavras que eu incentive as pessoas pacíficas a se tornarem violentas para revidar as agressões recebidas. Não é isso. Apenas penso que os bons precisam ter atitude firme. E não sou a única, tanto que uma das questões de “O livro dos Espíritos”, uma das obras mais relevantes de Allan Kardec, trata exatamente desse assunto: Questão 932: Por que, no mundo, tão amiúde, a influência dos maus sobrepuja a dos bons? Por fraqueza destes. Os maus são intrigantes e audaciosos, os bons são tímidos. Quando estes o quiserem, preponderarão.
E não foi apenas o fundador do Espiritismo que tratou desse assunto. Muitos outros pensadores cristãos e até mesmo filósofos que não professam religião alguma defendem a mesma tese. Não se trata de igualar-se aos maus, mas, saber colocar-se, impor-se, defender seus valores, seus pontos de vista, sua razão. É claro que precisamos ser coerentes, não adianta colocar a cabeça na guilhotina ou ficar na mira de um sujeito armado, há momentos que devemos recuar, e até mesmo nos esconder, a fim de preservar a própria vida e a saúde física e mental. Mas, não é apenas porque o outro aparenta ser mais forte que vamos nos render e ceder o tempo todo! A partir das questões comezinhas do nosso dia a dia, devemos valorizar o que é certo, o que acreditamos, a ética e a moral pela qual nos pautamos.
Sabemos que existe uma guerra espiritual e que o mal e o bem que nos cercam têm origem numa outra dimensão e vamos refletir aquele com que mais nos afinamos. Se somos tímidos e débeis, não é tanto por medo, por covardia ou por fraqueza, antes, é pela imensa necessidade que temos de parecer iguais, de pertencer, de fazer parte. Se somos religiosos, sendo o mundo que nos cerca cada dia mais laico, mais ateu, em vez de defendermos a nossa crença, de lutarmos pela nossa fé (afinal, sendo cristãos, seguimos um homem que foi ao extremo de morrer na cruz para defender a sua verdade!) nós preferimos escondê-la, temos medo de sermos taxados de fanáticos. Guardamos a bíblia na bolsa, o terço no bolso, ou deixamos em casa para não ter o perigo de alguém ver que usamos essas coisas “ultrapassadas”.
Procuramos nos vestir de forma a parecer antenados, na moda, ainda que o tipo e o tamanho de algumas roupas nos incomodem e nos exponham ao ridículo. Fazemos tatuagem, porque, afinal, todo mundo faz. Usamos gírias e expressões que nem sabemos ao certo o significado, muitas das quais nascem nos presídios, criadas pelas facções e depois popularizadas na TV e nas mídias. Nós as incorporamos sem nem saber por quê. Não entendemos muito o que se fala sobre identidade de gênero e nem temos uma opinião formada sobre o assunto, mas, porque outras pessoas estão usando, começamos nossas mensagens com amigxs, amigues, queridxs, querides. No entanto, muitas vezes, as mesmas pessoas que usam essas expressões nas redes sociais, têm, na prática, atitudes racistas e homofóbicas, porque a questão não é de semântica e nem de gramática, mas de moral e de respeito pelo outro.
Acredito que não existam pessoas completamente más e nem completamente boas, tendemos mais para um lado ou para o outro, o grande problema é que, se temos em nós muito mais bem do que mal, vamos deixando que o mal mine isso, porque, se por um lado não o enfrentamos, por outro não resistimos a ele, vamos capitulando, vamos nos rendendo e, quando nos dermos conta, diferente dos filminhos da sessão da tarde ou da Netflix, os meninos bonzinhos não vencerão no final. Pelo andar da carruagem, momento chegará em que já nem haverá meninos bonzinhos e, então, tenho até medo de pensar como será o final!

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