Professor, fale a verdade; às vezes desanima! Sabe aquele seu esforço para dar uma boa aula na tentativa de que os alunos aprendam o máximo de informação possível, mas que no fim o resultado não sai como o esperado? Não porque a aula não foi boa, mas sim, pela falta de interesse da sala.
Convenhamos que ela não esteja fácil. Por mais que a gente cobre dos nossos alunos, infelizmente, o rendimento não é como o esperado. O que não podemos é nos culpar pelo mau resultado. Todos sabem dos seus devidos esforços para uma boa educação. Porém, para que se chegue ao resultado, não depende apenas do papel da docência. É um amálgama de fatores que contribuem para um rendimento positivo. Se não houver a cobrança da família em casa e o interesse pelo aluno, nunca chegaremos a um consenso.
Os resultados não têm nada a ver com o nosso sistema de ensino dentro da sala de aula quando ela é bem elaborada. Há um grande esforço do professor comprometido com a educação, seja qual for o setor de trabalho dele. O grande problema que o afeta e que acaba desanimando são os dados de avaliações oriundas das esquipes pedagógicas.
Sabemos que o mau desempenho não provém de uma aula mal dada, mas sim do conjunto, conforme citado anteriormente. Não ficamos 24 horas com os nossos alunos. Não podemos cobrar 100% sendo que ficamos cerca de no máximo 30% com nossos discentes. Os dados apresentados pelas equipes pedagógicas não podem nos enfraquecer, por mais que sejam desanimadores. Há todo um trabalho da esquipe docente que não pode ser desvalorizado pelos números. Há muito mais do que lecionar na sala de aula. Há humanidade, afetividade e o bem-estar. São fatos que superam as concretudes pedagógicas. O lado espiritual nunca será avaliado, pois somente nós, professores, é que o enxergamos. São coisas que apenas as nossas crenças podem avaliar. Elas sabem o quanto de humano é depositado no nosso ofício. Sabem das consequências que teremos ao longo da vida quando depositamos o nosso lado espiritual em cada discente que passa pelas nossas mãos. É por isso que não podemos nos aniquilar. Em cada trabalho bem feito, sempre haverá um mau resultado concreto.
Entretanto, haverá sempre uma alma tocada pelos nossos esforços. A matéria não supera a alma. O maior aprendizado que podemos dar aos nossos alunos é de que a esperança existe mesmo quando os resultados são desanimadores. O dom de ensinar vai muito além do que boas notas e um quadro de desempenho.
