E seria possível escrever com a tinta correta
Quando o papel se desgasta perante a caneta?
Com tudo na ponta da língua
Na ponta do dedo
Pronto a ser escrito e expressado
Mas como descrever algo que descompassa o coração?
A paciência de um querubim
Tal dito como o tempo
Sem interrupções e arquétipos
De como seria se não houvesse um preferido
A sensação de saber de uma história
E não entender
Como expressar tal modo
Tal sensação
Sem denunciar o objetivo de meu acalento
Um gélido ar e uma fria certeza
De que o outono não foi a única mudança
Em meu mundo, vi a tinta escorrer pela alma
Como quem corre da chuva e encharca o coração
Sem saber, deixei acarretar na calma
Perdendo para encontrar
Em um grande abraço com o tempo
Sem precisar comentar
O quanto estaria pronta
Para, enfim, escrever sobre você.