Adauto F. de Andrade Filho e suas contribuições para a história de Monte Alto

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Esta é a última coluna do ano de 2017. Todos os meus entrevistados foram importantes, todas as entrevistas que aqui fiz engrandeceram o sucesso desta coluna. Agradeço a todos aqueles que neste ano e nos anteriores me deram o privilégio de entrevistá-los.
Nesta edição vamos conversar com Dr. Adauto Freire de Andrade Filho (Dautinho, como é conhecido). Sua história se mistura a história da própria cidade. Pelo pioneirismo em sua profissão, que proporcionou avanços na odontologia do município e por pertencer a uma família que ajudou a escrever, de forma marcante, a história de Monte Alto.
Seu pai, Dr. Adauto Freire de Andrade, autor de hinos como o Hino de Monte Alto e do Hino Senhor Bom Jesus, foi um dos primeiros médicos da Santa Casa, o pioneiro de fatos que se eternizaram na história do município.
Irmão do poeta montealtense Fernando Freire de Andrade, o Fernandão, conhecido pelas suas belas poesias e canções, cantadas em prosas e versos pelo povo.

O entrevistado nasceu no dia 23 de junho de 1930, em Monte Alto, filho de Adauto Freire de Andrade e Guiomar Freire de Andrade. Tem cinco irmãos: Maria Eugenia (in memorian), Amélia (in memorian), João Batista (in memorian), Fernando (in memorian) e Eugênio. Casou-se com Aparecida de Lurdes Silva em 22/01/1955 com quem teve cinco filhos: Adauto Neto (in memorian), Fernando, Arnaldo, Ana Zilda e Ana Alice, nove netos e uma bisneta, Alice.

Estudos – Fez o primário no Grupo Escolar de Monte Alto, hoje Dr. Raul Rocha Medeiros. Estudou também em Bebedouro e São Carlos. Formou-se pela Faculdade de Odontologia do Triângulo Mineiro, em Uberaba, no ano de 1953. Quando veio trabalhar em Monte Alto, em 1954, a cidade tinha poucos dentistas: “Eu e um colega, o Gaiarim, trouxemos o primeiro aparelho de Raio X de Monte Alto. Inovamos nesta parte da odontologia naquela época”.
Exerceu a profissão por 60 anos, foi presidente da Associação dos cirurgiões-dentistas. Naquele tempo, investiu no conhecimento dos profissionais de Monte Alto e região por meio de palestras com importantes professores. “Viajei muito em busca de conhecimentos, participei de congressos em Paris, na Turquia , Estados Unidos, Portugal, Grécia, Jerusalém, fui até o Kairo, no Egito, ganhei muito conhecimento tanto no campo profissional, como experiência de vida, é preciso se atualizar”.

O pai, o inesquecível Dr. Adauto Freire de Andrade – “Meu pai veio de uma família muito simples do Nordeste. Nasceu em uma cidade chamada Pedra de Fogo, na Paraíba. Ele se formou na Universidade Federal de Medicina do Rio de Janeiro, uma das primeiras do Brasil”. Com orgulho e um pouco emocionado, Dr. Adautinho continua: “Ele veio para Monte Alto porque tinha um amigo que era médico também, Dr. Enísio Daneluzi, que o convidou para vir, e ele veio, chegando aqui em 1928. Foi um dos primeiros médicos da Santa Casa, ele chegou e foi direto para o Hospital. Eles eram em poucos médicos: meu pai, Dr. Grellet, Dr. Fabrício, Dr. Raul da Rocha Medeiros, que era meu padrinho de batismo e de casamento. Tinha uma senhora que tinha o nome da minha mãe, chamava-se também Guiomar, essa senhora era enfermeira prática, ela que preparava os doentes principalmente para cirurgia com éter (líquido anestésico), naquele tempo não tinha as anestesias modernas que tem hoje.
Um fato que marcou a carreira do meu pai: Eu sempre perguntava a ele: “Pai o que mais lhe marcou como médico? Ele me disse que foi um parto que fez de três meninas. As três Marias, pois foi assim que foram chamadas Maria Aparecida, Maria Piedade e Maria da Trindade”.

Irmão do Poeta Fernandão – Durante a entrevista, Dr. Dautinho ria e dizia: “Aquele meu irmão sabia levar a vida, era um bom vivã. Comecei a recordar a história da lua de mel do meu irmão. Ele tinha um DKW, e quando acabou o dinheiro planejado para a lua de mel, resolveu vender carro e continuou sua viagem de núpcias. Mas, meus pais começaram a ficar preocupados com a demora do seu retorno”.

O grande sucesso musical: Saudade – “Meu irmão fez uma música na época, que foi uma Guarânia, a qual foi sucesso no Brasil e América Latina. Chamava-se Saudade. A letra começava assim: ‘Se insistes em saber o que é saudade, terás que antes de tudo, conhecer……. saudade é solidão melancolia….’
Certo dia, fui a Uberaba e lá, visitando um amigo, perguntei do Mario Palmeiro, que era dono da faculdade e meu amigo respondeu: ‘Adauto, o Mário agora está metido com música. Vou buscar um disco dele para te mostrar’. Foi, pegou o disco, naquele tempo, os chamados bolachão, e a primeira faixa era a música Saudade.
Então, eu indaguei: mas esta música é do meu irmão. Para não criar polêmica, fiquei quieto e, ao chegar em Monte Alto, chamei o Fernando e disse: – Olha meu irmão, o Mário Palmeiro gravou uma música sua. Ele me respondeu: – e daí. Eu falei para ele: mas a letra e a música são suas, aquela Saudade, você pode reivindicar seus direitos autorais, você tem que ir em Uberaba.
Ele respondeu: ‘Meu irmão, a música é uma coisa tão sublime que não tem dono, eles estão cantando, deixa cantar’. Eu nunca esqueci estas palavras dele.
Outro grande sucesso do meu irmão, composta juntamente com meu pai foi ‘Cidade Sonho’”.

Os Hinos – “Meu pai teve uma participação grande na comunidade. Foi vereador por dois mandatos, recebeu o título de cidadão montealtense e tinha uma ligação muito forte com a colônia Japonesa. Para você ter uma ideia, Alencar, no tempo da guerra, os japoneses não podiam assumir a cooperativa agrícola. Ele assumiu e fazia tudo por eles. Foi então que ele foi homenageado com a maior comenda do Japão (a comenda do Sol Nascente). Compôs os Hino a Monte Alto:” Monte Alto Cidade do Sonho, que Profiro Luiz……”.
Por ser muito católico, fez também o Hino do Senhor Bom Jesus. ‘Bom Jesus aceitai este canto, aceitai este hino Senhor…’
Era um grande músico. Tocava piano demais, a gente fica sentado na sala ouvindo ele tocar sua suas lindas canções”.

Mensagem – “Os jovens tem que trabalhar muito e estudar demais. Quero deixar um pensamento que meu pai falava para mim: ‘meu filho, quem passou pela vida em brancas nuvens, quem em plácido repouso adormeceu, não foi homem, foi espectro de homem, não viveu’”.

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