Consciência Negra

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Estamos em pleno século XXI. Nem mesmo o mar, que trazia navios abastados de seres humanos por serem de outra cor, dança sob o olhar do firmamento. Está arrependido por fazer parte de uma passagem histórica que ainda reflete negativamente na sociedade hodierna. Não canta, a embarcação, mais os cânticos dos orixás, porque daquele tempo para cá nada mudou. E se canta, é para intensificar a proteção que precisa para viver e sobreviver numa sociedade racista. “Cantai! que a morte é divina!”, já dizia o poeta dos escravos, Castro Alves, num poema que afrontou escravagistas que mancharam a história deste país. Jogados em senzalas, nas feridas ocasionadas pelas chibatadas era colocado sal ou suco de limão. Hoje as senzalas viraram celas; o sal, bala de revólver. É a mesma realidade de outrora ainda marcada por sangue, choro e lágrima.

Os que fugiam eram mutilados ou castrados com uma faca quente. Hoje são enterrados, muitas vezes, como indigentes. Realmente, neste ponto, a morte é divina porque os livra do sofrimento. As prisões, desde aquela época, eram abastadas de negros. Nada mudou! As correntes simbolizam o preconceito que sofrem diariamente neste Brasil negro. Seus proprietários marcavam a pele como se fossem gados. Um holocausto-colono-brasileiro. Colocavam máscaras de Flandres para que não comessem e nem falassem. Hoje tentam calar a sua voz, a sua arte e a sua cultura. Eram castigados nos troncos. Eram torturados assim como um homem chamado de Jesus: este que tanto os escravagistas idolatravam, mas que não entendiam a sua palavra e o seu legado.

Não há, em passagens bíblicas, a súplica para escravizar seres humanos negros, mas há, em inúmeras passagens, o exemplo do perdão e do amar o próximo. Mas, ao longo da história, parece-me que este próximo não poderia ser negro. Século XXI? Creio que alguns comportamentos ainda nos remetem a um país escravagista, elitizado e abastado de estereótipos. Estamos em pleno mar onde navegamos num mar da ignorância e do preconceito.

Estamos em pleno mar entre o presente e o passado. Este que insiste em repetir as atitudes e os dizeres daquele pretérito. Loucura e verdade perante aos horrores do ontem e do hoje. Não se trata de um dia de consciência; trata-se da consciência de uma história banhada pela crueldade humana.

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