Minha Terra e sua Gente

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Monte Alto, agosto, inverno de 2021. Nossa entrevista estava marcada para o fim do dia. A hora? Depois das 17h; a gente sabe que o dia a dia de um governante municipal não é fácil, entra um e sai outro do gabinete o dia todo. Nossa entrevistada sobe a escada correndo, gentilmente nos cumprimenta e pede desculpas, pois precisou atender um caso urgente nada de anormal no cargo que ocupa.

Seu nome? Maria Helena Aguiar Rettondini
Sua profissão? Professora e atualmente exercendo a função de Prefeita de Monte Alto.
Tem irmãos? Não, sou filha única, adotiva.
Quem são seus pais? Neodair Simão da Costa Aguiar e Jacira Clarisse dos Santos Aguiar.
Conte um pouco de sua História, afinal, por ser a segunda mulher a governar Monte Alto, a senhora também marca a administração, que por mais de 120 anos foi governada por homens.
Eu nasci em São Carlos, e certo dia, meus pais, que sempre foram da roça, estavam trabalhando quando chegaram dois tios avós e falaram para eles que eu estava lá em São Carlos esperando adoção e naqueles tempos, o sistema era diferente. Eles foram para lá e me trouxeram para casa deles, que era um lar simples, porém, cheio de amor, aqui no Bairro Areias, onde vivi e fui muito feliz até os meus quinze anos.

Um Momento comovente – as três mães em sua vida
Quando eu tinha seis anos e ia começar a frequentar a escola, minha mãe se sentou ao meu lado, naquela casa de chão vermelho, ao lado do fogão de lenha… Ela me disse: “Olha filha, poderão vir perguntas dos seus amiguinhos sobre sua vida, eu quero que você saiba que você é uma menina privilegiada, porque tem três mães: a mamãe do céu que é essa aqui, Nossa Senhora, mostrando para mim uma imagem com um lindo manto azul; a mamãe da barriga, e eu, sua mamãe que te adora, que te ama muito e te protege. Depois, claro que as perguntas vieram, mas nunca dei bola, pois já tinha sido preparada pela minha mãe. Família não é só sangue, é também quem cuida e dá amor e isso eu tive demais, graça a Deus.

Vida em um lar de honestidade e trabalho
Fui criada numa vida humilde, de muito trabalho. Lembro, quando criança minha mãe enrolando a marmita do meu pai em jornal para não esfriar muito, quando ele ia para roça, com suas mãos calejadas, porém, limpas com vontade de trabalhar para criar nossa família com decência e dignidade o que aliás, fez muito bem.

O Estudos
Estudei na escola do bairro rural Areias; minha professora era Dona Isabel Bedin, nossa escola era modesta, porém aconchegante, eram aquelas carteiras que sentavam de dois, a gente puxava água do poço. Dona Isabel embora fosse evangélica, respeitava todas as religiões. Os alunos, a maioria eram católicos, então antes de fazer qualquer tipo de refeição a gente rezava e agradecia a Deus, costume que mantenho até hoje na minha casa, com minha família. Estudei na escola do sítio até o terceiro ano e depois vinha estudar no Sesi. Depois minha família mudou para cidade e fui fazer o ginasial no Zacharias, mas eu não queria fazer o colegial. Eu lembrava da minha jura de criança que um dia seria professora. Aí certo dia encontrei com a Professora D. Cidinha Arruda e ela me falou: – Faça o Magistério. Aí eu me matriculei e cheguei e disse para os meus pais: – Vou fazer o magistério, realizar meu sonho de ser professora. Por falar em professora, tive muitas que me ajudaram na vida como as professoras Beth Zaupa, Cidinha Arruda, Mara, Dalva Simão, entre outras que me lembro com gratidão. Sob bênçãos segui em frente. Quando tinha aula com o professor Gilberto Morgado, o Gilbertão, era fascinante a maneira que ela explicava a matéria e foi quando resolvi cursar história e entrei na faculdade São Luís, em Jaboticabal, após terminar o magistério. Lá fiz Ciências Sociais com ênfase em História. Depois cursei Psicopedagogia em Araraquara e na São Luiz novamente, fiz Pós-Graduação em Direito Educacional.

Funcionária Pública, Professora
No ano de 1999, quando o prefeito era o Dr. Elias Bahdur, prestei concurso para professora na Prefeitura e também prestei no SESI. Passei nos dois e optei pela prefeitura, pelo fato do horário ser mais compatível eu não queria dar aulas fora da cidade. Trabalhei muitos anos dando aulas e também como vice-diretora.
Já no ano de 2008, a prefeita Silvia Meira me chamou para eu tomar conta da Cozinha Piloto. Confesso que fiquei um pouco insegura, porém ela me encorajou; disse: – você não vai cozinhar, eu preciso de você para fazer gestão, e lá trabalhei por quatro anos, onde aprendi muito.

Alicerces de sua vida
Maria Helena disse que tem em seu pai, sua mãe e seu esposo, os principais alicerces de sua vida. “Meu esposo Carlinhos, sempre me apoiou em todos os momentos”. Eu o conheci em Jaboticabal, através de uma amiga em comum, a Eliana, que trabalhava com ele no antigo banco Bamerindus, hoje HSBC. A princípio, era só amizade, depois começamos a namorar. Entre namoro e casamento, já são 24 anos. O fruto deste amor é nossa filha, Vitória.
Quando eu falei que iria me candidatar a vereadora, ele disse: “Vai Maria, você é forte e as pessoas precisam conhecer a pessoa boa que você é. Você pode ajudar muita gente”. E aí, não aconteceu como eu queria, pois assumi a vereança após a morte do Marcelo Tota, que foi muito dolorosa para todos nós. Depois de vereadora, agora estou prefeita. Sei que esse cargo é passageiro e que a vida é breve, tento fazer o melhor que posso pela população e pela a nossa cidade. A política costuma deixar rusgas, eu não guardo mágoa de ninguém, assumi o cargo no meio de uma pandemia e estava ciente dos desafios que iria enfrentar e vou enfrentá-los com os meus jovens companheiros de trabalho, meus secretários, diretores e funcionários.

Mensagem
Acredito que a pessoa tem que ter uma religião. Sou católica, fiz a catequese, me crismei lá na Igrejinha de Nossa Senhora Aparecida, na Areias, onde fica o sítio do meu avô. Porém, tenho muita aproximação com os evangélicos, todas as religiões são boas, todas levam a Deus. Deixo aos jovens a mensagem para que acreditem em si, pois eles são o futuro do nosso país. Minhas secretarias e diretorias, a maioria, são compostas por jovens competentes, por isso acredito na juventude. “Jovem, acredite em você, porque a juventude pode tudo, com certeza”.

No término da entrevista que fiz com a Prefeita, os sinos da matriz começam a repicar chamando para a novena do Senhor Bom Jesus ao som do Hino do Padroeiro de Monte Alto, testemunhando esse importante momento.

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