Minha Terra e sua Gente

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Às vezes ou quase sempre as pessoas acham que cabelos brancos ou até mesmo a idade é sinônimo de conhecimento, mas nem sempre é assim. Existem exceções, claro, e ela mostra sua face quando a gente se depara com alguém que, embora jovem, tem muita experiência, maturidade, vivência e segurança naquilo que faz, principalmente no trabalho que desenvolve. Um exemplo muito comum é a gente sempre ouvir, principalmente das pessoas que nasceram e se criaram na zona rural, seja do sexo masculino ou feminino, a seguinte frase: “Olha quando eu era criança, meu pai me colocava na roça para trabalhar, não tinha moleza não. Comecei a trabalhar ainda cedo e isso muito me honra”.
A nossa entrevistada de hoje não nasceu no sítio, e sim na cidade, porém, também como poucos que começaram a trabalhar em outros segmentos, começou cedo, ao lado dos pais e da tia, acompanhando-os e identificando-se com a profissão deles desde seus cinco anos de idade.

Mariana Penhalbel Seconi – Nasceu no dia 18 de fevereiro de 1988, ano marcado pela elaboração da Nova Constituição. Filha do saudoso José Renato Sartorretto Seconi e Denise Penhalbel Seconi. Formada em jornalismo, Mariana diz ter lembranças da sua primeira escola, que foi a Arco Íris, que era de propriedade de suas primas, as professoras, Angela e Andréa. Em 1993 a família mudou-se para Avaré e lá começaram a trabalhar com o jornalismo, numa empresa familiar, junto à tia, a jornalista Maria Helena Seconi. “Com a minha tia aprendemos muito. Minha mãe costuma dizer que ela foi a nossa ‘mestre’. Com muito trabalho, ela, meu pai e minha mãe foram fortalecendo o jornal, tornando-o pioneiro no jornalismo regional naquela região de Avaré, cidade que é uma das sedes regionais do Estado e hoje está perto de cem mil habitantes, naquele tempo já era bem maior que Monte Alto”.

 

Trabalho jornalístico incansável
“Meus pais e minha tia trabalhavam muito, e eu gostava de ficar junto, olhando minha mãe e minha tia fazer diagramação. Os papéis que elas descartavam eu pegava do chão e montava o meu jornal, aí mostrava para elas dizendo: olhem o meu jornal, ficou bonito?”, conta Mariana.
“Meu pai sempre nos deixava ao seu lado enquanto trabalhava. A gente chegava da escola e já tinha nossa função. Lembro que eu ficava com ele no estúdio revelando filme das fotos, ele fazia a revelação eu secava e pendurava. Era pequena, porém, gostava de ajudar. Meu irmão, Fernando, ele levava junto na entrega dos jornais na região. Éramos nós e nós”.
Eu perguntei: Mariana você é tão jovem já trabalhou com o processo de revelação de filmes?
– Sim. Claro que as fotos digitais facilitaram muito todo o processo, a internet que chegou para valer, as mídias sociais. Eu comecei lá atrás, ajudando meu pai a revelar filmes e na faculdade eu também aprendi. A primeira máquina digital meu pai comprou em 2002, o Imparcial foi o primeiro jornal que usou máquina digital em Monte Alto.
“Sabe, Alencar, quando morávamos em Avaré, tínhamos que acompanhar meus pais nos eventos porque não tínhamos família lá e eles não deixavam a gente ficar em casa sozinhos. Tem foto minha, pequena, dormindo em palco de shows que eles iam fazer reportagem, em cima de folhas de jornais no chão da redação enquanto meu pai, minha mãe e minha tia trabalhavam madrugada adentro. Foram tempos de muita luta, porém, não me arrependo de tê-los acompanhado desde cedo, isso me deu estrutura para chegar aqui forte, com o conhecimento que tenho e com prazer em fazer o que faço. Parece que não, mas apesar de ser jovem, só aqui no O Imparcial estou há 20 anos, desde quando voltamos para Monte Alto. Aqui, meu pai também sempre fez questão que depois do nosso horário na escola eu e meu irmão fossemos com eles para o jornal, seja para ficar no lugar da secretária, para fazer serviço de banco, atender telefone, fazer as cobranças, digitar algum texto, ou seja, participar do dia a dia do nosso negócio, que sempre foi o grande orgulho dele”.

A perda e a necessidade de seguir em frente
“A vida sempre nos pega de surpresa, e como você e muitos sabem, meu pai teve um câncer que o levou em 18 dias. Sabe Alencar, quando meu pai morreu eu tinha 18 anos, tinha acabado de entrar na faculdade de jornalismo. Foi muito complicado e difícil. Ficamos eu, minha mãe e meu irmão, Fernando, também tinha acabado de entrar na segunda faculdade, em Maringá. Meu pai era um baluarte, uma pessoa com uma visão incrível para as matérias, as pautas, um repórter fotográfico nato. Fazia de tudo um pouco… nos faz muita falta. Me lembro de tantas frases marcantes que ele dizia, uma delas é esta: ‘se as pessoas soubessem como é difícil, e o trabalho que dá fazer um jornal, elas liam e faziam carinho e dormiam com ele embaixo do travesseiro (risos)’. Nós sabíamos do amor dele por este jornal, e decidimos tocar em frente. Meu irmão, depois que concluiu a faculdade voltou para Monte Alto e nos ajudou por mais alguns anos, mas depois seguiu seu rumo. Hoje mora em Campinas, onde é muito bem sucedido profissionalmente”.

O Imparcial hoje
“O jornal continua sua trajetória, tivemos que nos adaptar às mudanças do mundo digital, marcando presença firme nas plataformas digitais. Vieram vários profissionais nos ajudar, graças a Deus sempre tivemos pessoas competentes e comprometidas, alguns deles estão hoje em grandes empresas de comunicação. Hoje temos conosco a estudante de jornalismo Bia, a estudante de publicidade Carol, que nos ajuda na edição de vídeos e Gabriela, que nos ajuda à distância. Entre tantas histórias e direções, já se vão 56 anos escrevendo a história do município, marca esta que muito nos orgulha, com o trabalho de seus pioneiros e principalmente meu pai que atuou até os últimos anos de sua vida à frente deste semanário”.

Hoje é muito diferente
“Além de o jornal permanecer com edições impressas e mantém a fidelidade de seus assinantes, tivemos que nos atualizar e migrar levando as informações também para as redes sociais. Estamos perto de 50 mil seguidores em nosso Facebook e muito perto de 17 mil no Instagran, e já estamos também chegando na plataforma TikTok. As mudanças são constante, por isso que eu falo temos que nos atualizar diariamente”.
Há dois anos fui convidada para fazer uma parceria com o jornalismo da TV Alternativa Online, do Roger Viana. Com ele, com o Rômulo Alfenas e com o Dr. Adriano Ahbrão eu aprendi muito, sou muito grata por este convite e pela união que veio para somar ainda mais”.
Pergunto: fazer jornal em cidade de porte médio continua difícil Mariana? – “Claro que continua, as pessoas às vezes misturam as coisas. As vezes fazemos uma matéria, com uma crítica construtiva, mas muitos não entendem assim e infelizmente levam para o lado pessoal. Mas fazer o quê, a gente se preocupa muito com o que escreve, sabemos da nossa responsabilidade”.

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