MOMENTO DE RECUAR

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Em uma guerra, há momentos cruciais em que a melhor estratégia é recuar. Um bom general sabe muito bem disso. Embora o desejo da vitória seja a mola propulsora durante as batalhas, o recuo pode ser a forma mais segura de salvar a tropa e a própria cabeça.

Na vida, também é assim. Às vezes avançamos muito, vamos além de onde nossas forças podem nos levar, nos desgastamos e percebemos que o resultado para um tremendo esforço pode estar muito aquém do que esperávamos conseguir. Se analisarmos com calma e ponderação, poderemos concluir que estamos pondo a nós mesmos e a outras pessoas em risco. Ainda que seja um risco básico, como a estafa. Parece pouco, parece uma ameaça pequena, mas, na verdade, a estafa pode nos adoecer e até nos matar.

Eu falo por mim mesma, sempre fui uma pessoa de muitos projetos e de muito trabalho, nunca consegui ficar parada. Nem mesmo quando me aposentei por tempo de serviço consegui me dar direito ao merecido descanso, e só parei por três agoniantes meses após ter caído de uma escada e precisar ficar de repouso para curar o ferimento da perna. Sarei, voltei para a ativa e não parei mais.

Eu aprendi a ser assim, minha mãe me educou para ser “pau para toda obra”, não ficar esperando que as pessoas resolvam ou façam as coisas por mim. Mas, confesso, chega uma hora que isso cansa. Talvez a minha mãe não tenha me ensinado a parar, a relaxar e descansar porque ela mesma não aprendeu isso e nem teve tempo para esse aprendizado, porque morreu com apenas 62 anos, e ainda nem tinha conseguido se aposentar.

Mas, o meu exemplo não é o único. Isso acontece com pessoas, com grupos, com coletividades. Parece que há certo glamour ou uma compensação invisível em se ir além, superar as barreiras, tentar vencer o inimigo invencível, e dar sempre um pouco mais de si, mesmo quando já não tenha mais o que dar.

Isso acontece em relacionamentos desgastados, alguns até com situação de violência, mas, a pessoa, apesar de se sentir cada vez mais insatisfeita e infeliz e ver a própria vida em risco, continua insistindo, principalmente em relacionamentos de codependência, quando um dos parceiros tem alguma adicção e não para de dar mostras de que não vai mudar, não vai abandonar aquilo que destrói a ele e a todos os que o rodeiam.

Isso acontece com aquele emprego que já não se suporta, sem oportunidades de crescimento, sem perspectiva de aumento de salário, com tarefas que já não se aguenta mais executar, mas, a pessoa insiste, vai ficando por ali, não tem coragem de virar a mesa e procurar outra coisa para fazer, algo que realmente lhe dê prazer.

Nesses dois exemplos, tanto quem insiste num relacionamento doentio quanto quem persiste num emprego que odeia, quando acontece da outra parte tomar a iniciativa da separação ou ser mandado embora do emprego, a pessoa amargará isso pelo resto da vida, dizendo que deu tudo de si e sofreu injustiça, recebeu ingratidão.

Eu não defendo que devamos desistir daquilo que é difícil, para o qual não nos sintamos preparados, mas que ainda tem chances de dar certo e de melhorar, dependendo até da nossa adequação, um aperfeiçoamento, uma mudança ligeira na rota, na rotina, no jeito de agir. Eu falo daquilo que já não rende frutos, que já não acrescenta. Bananeira que já deu cacho, como dizia o meu pai. Quem conhece um pouquinho de agricultura, sabe que um pé de banana só dá cacho uma vez. Manter a bananeira que já produziu no meio das outras, só vai enfraquecer as demais e tirar nutrientes da terra em vão, porque ela não voltará a produzir.

É preciso muito bom senso, muita prudência para reconhecer quando já se foi até onde dava para ir, já se atingiu o limite e a melhor estratégia é recuar. A guerra não é boa em nenhuma circunstância, mas, a arte da guerra pode nos ensinar muitas coisas. Precisamos apenas estar abertos e atentos para aprender.

Na vida, há momentos de ganhar e de perder e reconhecer quando perdemos ou quando estamos muito perto de perder, é sinal de sabedoria, hora de arrumar a trouxa e voltar para casa, conscientes de que não dá mais. O resultado de tal atitude, madura e bem elaborada, sempre será produtivo e bom e nos dará condições de começar de novo dentro de outras perspectivas e de descobrir, dentro de nós, áreas que desconhecemos e prazeres que não desfrutamos, ainda que seja o simples e tão agradável gostinho de almoçar, tomar um cafezinho, pegar um livro, deitar na rede e adormecer abraçada a ele, porque a vida é uma luta, mas ela também foi feita para se descansar.

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