Nem todos são severinos

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No célebre poema de João Cabral de Melo Neto “ Morte e Vida Severina” há certa identidade com este povo tupiniquim. Somos todos severinos de marias e zacarias diferentes. Em muitas situações, não sabemos quem são a nossa Maria e nem o nosso Zacarias. Somos filhos do mundo criados dentro de um mundo de outrem. Somos os mesmos severinos que acordam pela manhã na ânsia de vencer mais um dia de batalha concedido pela vida. Somos aqueles que, por via das vezes, vendemos o almoço para comprar a nossa janta. Somos aqueles que, mesmo diante das dificuldades, sempre carregamos um sorriso estampado no rosto. Somos o mundo inteiro dentro de um único país. Entretanto, não somos iguais na vida, porque a sociedade é desigual e transgressora.
Não morremos da mesma morte, porque há severinos que morrem nas filas de um hospital, debaixo de pontes, de frio e de fome. Não morremos todos antes dos trinta, porque não temos as mesmas condições de educação, saúde e moradia. Muitos de nós morremos pela vida, pelo desvio, pelos quartos de despejo na qual somos submetidos a ficar, a conviver e por ali morrer. Morremos da emboscada que o sistema faz para aqueles desprovidos de capital. Morremos pela retórica do representante do povo que não nos representa. Morremos da fraqueza e da doença que ataca qualquer idade e até em gente não nascida. Não possuímos a mesma sina de uma elite, mas temos a disposição e resiliência para continuar sempre vivendo numa vida severina digna.
Pela grandeza desta nossa terra, há sempre um suor de um Severino. Há histórias cruzadas nesta imensidão de Brasil. Há lágrimas, glórias, alegrias e tristezas. Há severinos que pensam diferentes, que digladiam por um extremismo. Isso faz com que muitos dos severinos passem a se odiar, enquanto o velho Severino da esquina pensa em como vai fazer para a sua família se alimentar. Estamos a todo o tempo emigrando para sobreviver. Deixamos filhos e famílias para trás em busca de uma vida severina para que se coloque na mesa o que comer. Muitos destes que estão ai, os polícrates, sentem menosprezo por um severino. Mal sabem eles que o teto em que moram, a comida que comem, o carro que dirigem e a educação que procuram são oriundas das mãos de um severino.

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