No olho do furacão

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Embora A existência de furacões não faça parte da realidade do nosso país, graças a Deus, sempre gostei da expressão “estar no olho do furacão”. A explicação científica sobre o que acontece no olho do furacão é a de uma aparente calmaria, quando tudo ao redor está um caos. É difícil para nós imaginar uma situação como as que vemos em reportagens ou em filmes sobre a avalanche de destruição provocada por um furacão, mas, uma coisa é certa: tudo muda, tudo se desestrutura, tudo se transforma depois da ocorrência de um furacão.
Este ano de 2020 foi o ano mais atípico de nossa era. Um ano em que um insignificante vírus conseguiu parar o mundo, quebrar economias, ceifar alguns milhões de vidas, aprisionar as pessoas em casa, fechar comércio e lazer e cerrar as portas da casa de Deus, algo inédito, pois não houve na história da humanidade peste que conseguisse fechar as igrejas. Aos poucos, as coisas estão voltando a um ritmo menos estressante e, com nossos rostos escondidos por máscaras, vamos tentando retomar a nossa rotina.
Não tive medo de adoecer e morrer, porque a morte não é algo que eu deseje, mas também não é algo que me assuste. Porém, só por precaução, no início do isolamento imposto pela pandemia, gravei uma mensagem de despedida para a minha família, vai que… né?
Em casa, tomamos as precauções necessárias, respeitamos a quarentena, evitamos ao máximo os contatos sociais, adquirimos o hábito de, ao chegar da rua, nos despirmos na lavanderia e já colocar as roupas para lavar; higienizar os sapatos; lavar todas as compras do mercado, incluindo as sacolinhas, e matar a saudade das pessoas queridas por áudios e vídeos.
No entanto, essa inesperada situação nos fez refletir profundamente sobre aspectos da vida normalmente ignorados, rever nossos valores e prioridades. Nesse isolamento, rezamos mais, dançamos mais (fizemos até uma discoteca da saudade a dois!), cantamos mais, cozinhamos mais e estreitamos ainda mais os laços de nosso amor. E, de repente, um simples telefonema de poucos segundos nos colocou no olho do furacão, equilibrados sobre uma pequena ilha, cercados de caos por todos os lados.
O proprietário da casa onde morávamos – e onde achamos que passaríamos muitos anos –, repentinamente, decidiu vender a casa. Temos dez cachorros e não é fácil encontrar um imóvel com quintal grande e as condições adequadas para acomodar toda essa galera. Nos mudamos da nossa própria casa exatamente por isso, para não incomodar os vizinhos que não gostam de cães (e nem de pessoas que gostam de cães) e para oferecer mais conforto para nossos amiguinhos de quatro patas. De qualquer forma, nossa casa também está alugada e não poderíamos voltar para lá, nem que não tivéssemos cachorros.
Em poucos dias, muitos acontecimentos foram se sucedendo e, como quando se está no olho do furacão não se consegue prestar atenção em muitas coisas e é até difícil raciocinar, apenas nos agarramos um ao outro e, ambos, à nossa fé e nos deixamos levar. Em dez dias, nos vimos alugando uma chácara, trocando nosso carro de passeio por um utilitário, e mudando de cidade. Deixamos Mogi Guaçu e nos tornamos cidadãos de Mairiporã, com 2.100 metros de quintal, cercados pela mata atlântica, no alto de uma montanha, onde nossos cachorros e nossos sonhos podem passear livremente sem incomodar os vizinhos, sem aborrecer ninguém, já que cachorros latem – e sonhos também!
Por isso nem consegui enviar o meu artigo na semana passada. Com um esforço hercúleo e muita disciplina, conseguimos colocar todas as coisas no lugar, dar a nossa cara ao espaço, nos instalar confortavelmente (e põe confortavelmente nisso! Aqui é um pedacinho do paraíso!). Trocamos o calor de Mogi Guaçu pelo friozinho da serra da Cantareira. Trocamos a zona de conforto pelo desafio. Trocamos o isolamento social pela exploração do mundo, um novo mundo, uma nova realidade, porque, como diz a música do Roupa Nova, um sonho a mais não faz mal.

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