A educação, como um todo, é desafiadora. Educar nossos filhos é um processo que construímos ao longo do tempo, no dia a dia. As fases e os comportamentos mudam e a necessidade de ajustar nosso olhar e nossa fala, também.
A adolescência é um tempo de mudanças. Físicas, hormonais e comportamentais. É um tempo de crescer e também de despedir-se. Da infância, de algumas inocências, da despreocupação característica dos pequenos. Crescer não é fácil. Para ninguém.
A juventude tem encontrado muitos desafios e muitos problemas. Ao mesmo tempo que nascem inseridos na tecnologia e nas redes sociais, tem dificuldades para entender o limite disto e separar a vida real da vida virtual.
Segundo pesquisas atuais, estão mais expostos à violência além de também entrarem em contato mais cedo – e com mais riscos – com álcool e drogas. O uso de preservativo também caiu, expondo mais esta geração à doenças e gravidez precoce.
Adolescente não gosta de ser julgado e nem questionado. É próprio da fase e não característica exclusiva do seu filho. Adolescente precisa pertencer porque isto faz sentido para que ele consiga se conhecer, se reconhecer e se construir. Por isto, procuram se aproximar dos grupos e seguir o que os outros fazem. É natural esta busca pelo pertencimento.
No entanto, adolescentes não são adultos e precisam da nossa presença e mediação. Esta presença precisa ser de escuta e compreensão, mesmo que nossos tempos tenham sido outros e nossos costumes, também. Entender isto é um dos princípios para o bom convívio com nossos filhos.
Crianças e jovens de hoje são questionadores. Dificilmente vão aceitar o que queremos impor sem questionar. Se em outras gerações funcionava assim, hoje não funciona mais. Então, é necessário treinar muito a paciência e o diálogo. E o respeito. Muito respeito. Para falar e para impor o necessário.
É claro que existe a necessidade das regras e limites. Isto é inquestionável. O ponto de equilíbrio é conseguir fazer isto dentro deste funcionamento descrito acima. Estabelecer limites e regras não significa desrespeitar, gritar, bater ou mesmo se exaltar.
Precisamos deixar claro o que não é negociável dentro das regras estabelecidas. O que não gostamos, mas, respeitamos e o que não gostamos e não vamos aceitar.
E dar espaço para que os nossos filhos possam falar o que sentem e pensam. Sem interrupções e julgamentos. Lembre-se: este adolescente é uma criança recém saída do mundo infantil e iniciando o caminho em direção ao mundo adulto. É só o começo.
É perfeitamente natural que errem. Que confrontem. Que questionem e que se percam, também. Por isto, estamos ali. Para explicar o caminho e direcionar. Ainda que, no momento, tenhamos a sensação de que eles não estão aprendendo nada. O futuro nos mostrará o resultado deste esforço e desta busca diária!