Ócios & Negócios

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VILA TABUINHA
No auge da produção de Monte Alto do mamão formosa (Papaia não é mamão) as frutas chegavam a São Paulo transportadas por caminhões, o retorno acontecia com a madeira para embalagens, as famosas caixas duplas, que conforme, o nome tinham o dobro de capacidade do que as caixas de outras frutas. A madeira chegava à cidade bruta, serrada na medida para a montagem das caixas, que eram feitas manualmente nos barracões que selecionavam e embalavam os mamões pelo tamanho e amadurecimento. As tábuas eram pregadas com pregos próprios, na medida necessária, por funcionários dos barracões e outros avulsos.
Nos lotes de madeira sempre havia tábuas com defeitos, tortas e rachadas, que eram rejeitadas e distribuídas por catadores, que as usavam como lenha. Entre os catadores havia um especial, que ficou conhecido como Vila, em função do que ele dava para as tabuinhas – casas de moradia. Pacientemente ele pregava as tabuinhas das caixas formando paredes, portas e janelas. Depois montava as peças e assim nascia uma casa de dois cômodos, que eram alugadas para pessoas de baixa renda. Montadas em linha formavam uma vila, que logo passou a ser conhecida como Vila Tabuinha. O “conjunto” ficava perto da Fábrica de Borracha Cestari, de onde se iniciava terminando onde hoje é a Câmara Municipal, que na época era um grande goiabal. Talvez o Vila, o madeireiro construtor, como fazia o Chico Pirombeta, lesse os jornais que vinham nos caminhões para embalar o mamão nas caixa, o que poderia justificar seu sistema habitacional inédito no Brasil, porém comum no comunismo da União Soviética, que construía apartamentos estatais para o povo, o que os demais sistemas de governos, como a democracia não faziam no mundo. Monte Alto era democrático por força do sistema governamental, sendo a única cidade do Brasil com um residencial socialista.
Na URSS os apartamentos eram construídos (muitos ainda sobrevivem) com quartos e sala individual para cada família, o banheiro era coletivo, assim como o fogão que permanecia na divisa dos imóveis, tendo quatro bocas, duas para cada família. A fumaça dos fogões e os resíduos da cozinha eram expelidos fora do imóvel, o que conservava a pintura. Essa invenção soviética foi copiada por todos os países comunistas, até a China.
Copiado ou não, o modelo chegou à Vila Tabuinha; o Vila, nosso empreendedor não construía fogões nas casas (óbvio, a madeira não permitia) e a cada duas casas, no quintal ele montava um fogão de alvenaria pequeno com uma grelha de ferro, na qual cabiam quatro panelas, duas para cada família. Não se sabe quantas casas existiram na Vila Tabuinha. O Vila alugava todas, assim que ficavam prontas. O terreno usado era da prefeitura, nenhum prefeito contestava a posse. O mamão acabou e a Vila Tabuinha também – pode-se dizer que a URSS passou por aqui!

BRUMADINHO
Em 1967 o açude da Aparecida de Monte Alto teve uma barragem rompida, no aterro passava a estrada municipal que unia o distrito à sede, Monte Alto urbana. A rachadura foi de cerca de dois metros, o que provocou o esvaziamento total da represa. A força da água arrastou as instalações de um moinho da família Gonzaga, cerca de um quilômetro abaixo, até a mó (pedra de moer) rodou a metros à frente.
No gramado que ficava abaixo da barreira rompida formaram-se poças e nelas os peixes pulavam procurando mais ar e espaço. O pessoal da região munido de baldes e outros vasilhames “pescavam” tudo. No dia seguinte ainda tinha peixes lutando nas poças, foi quando passei por lá com meu pai e pesquei um balde de peixes com a mão. A noite jantamos peixe frito e grelhado, sem mais nada no prato.
(Nada se comparava, nem peixe frito, quando eu via a cara dos moleques dizendo como foi a minha pescaria com as mãos – ainda há os que não acreditam).

PRESENCIAL
Tempo de escola. Aula o dia todo. Lanche, pão com banana. Aula de religião, orfeão, literatura, desenho, caligrafia, moral e cívica, história, geografia, línguas, português, matemática, gramática, redação e comportamento.
Notas de 0 a 100. Provas mensais escritas e trimestrais orais. Antes da oral era a escrita. Na oral o professor perguntava quanto a gente precisava para fechar, como todos davam a metade para a gente sofrer, a esperteza fazia a gente pedir o dobro. Assim, de trimestre em trimestre o fim do ano chegava. As fitinhas na manda, que identificavam o ano letivo, ganhavam outra. Ufa! Passei de ano”.
(Jamais descobri onde usar os elementos que aprendi na escola – procuro até hoje onde encaixar a tal de Raiz Quadrada).

ANÚNCIO
Comerciais da TV que marcaram época: Tiozinho da Sukita, o primeiro sutiã, cobertores Parayba, Bom-Bril, Fusca pois é, Varig…Varig…Varig, Cigarros Vila Rica.

KENZO
O Cine Foto Orient era o nome da loja do Nelson Matsumura, a vitrine era ponto de informação. Nela estavam as fotos de casamentos e aniversários. Todos paravam em frente para apreciar a arte fotográfica do Nelson, um artista de primeira grandeza na cidade. Além das fotos expostas estavam as arquivadas que ninguém via. Um funcionário, o Kenzo, estudava na minha classe e ele levava na bolsa as ditas fotos não expostas. Algumas a gente pedia para ele tirar cópia para mostrar a quem não podia. Secretamente o Kenzo fazia o serviço.
Certa vez uma ex-noiva, ao ver as fotos do seu ex-noivo com outra, atirou um paralelepípedo que estava na calçada para ser colocado no lugar na vitrine, estourando tudo. Para evitar o vexame o recém casado pagou tudo.

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