FOGUEIRA VIVA
Os três pilares do Cristianismo foram São João, São Pedro e São Paulo. Sem eles, Jesus passaria para a história como mais um mártir, entre tantos da antiguidade em diversas civilizações. São Pedro, ao defender o Cristianismo de resultados em Roma, fundou o Catolicismo, palavra derivada do grego que significa para todos. O nosso Pedrão acertou em cheio, porque até então os movimentos religiosos eram seletos e poucos podiam solicitar uma participação, mesmo que comunitária. São João também permaneceu em Roma isolado em cavernas nas colinas limítrofes, de onde ele escrevia as epístolas (cartas, no estilo panfleto atual), distribuindo-as para seus seguidores divulgarem à população. João causou sensação ao escrever o Apocalipse. (até hoje leitores bíblicos interpretam textos como referentes à derrocada do mundo, um verdadeiro compêndio do final dos tempos, quando na verdade tudo se refere ao Império Romano, que para os cristãos estaria à beira da ruina física e moral, como de fato aconteceu). Quanto a Paulo, um soldado romano convertido ao cristianismo, foi o responsável pela implantação do Cristianismo no oriente. Depois de preso por traição, Saulo de Tarso, evadiu-se da prisão romana e caminhou cerca de 16 mil quilômetros a pé, pelas montanhas, lagos, rios, desertos e oásis, locais onde o povo jamais havia ouvido falar em Jesus Cristo. Saulo, ainda sem latinizar o nome para Paulo, visitava as comunidades árabes e outras origens, pregava o cristianismo direto dos ensinamentos de Cristo, sem mencionar o catolicismo e os apóstolos, logo, até Roma era ignorada e o resultado foi a fundação de várias igrejas com o nome de católica ortodoxa, sem a liderança do Papa, chefiadas pelos patriarcas, como é até hoje. O oriente tem em números absolutos cristãos espalhados por todos os países – Rússia inclusive.
O Papa reconheceu o trabalho dos três líderes, homenageando-os com datas comemorativas importantes no calendário gregoriano, o nosso. São João é lembrado com festas coincidentes – sempre coincidentes, velho costume Papal, com o solstício de inverno no sul e de verão no norte (24 de junho). São Pedro ficou com o dia 29 do mesmo mês, apenas cinco dias de diferença de São João, porque o fenômeno astronômico acontece cinco dias a mais ou cinco a menos, da data base. São Paulo também tinha sua data reservada no mesmo mês, como ele agiu sem as ordens diretas do Papa, o catolicismo foi buscar o dia 25 de janeiro para a homenagem. No lugar de Saulo de Tarso, o Papa deu vez a Santo Antonio, um monge português que viveu em 1624, foi de Lisboa e depois de Pádua. Mais abaixo Santo Antonio terá sua biografia.
RODA DE OURO
Aston Martim é a marca inglesa de carros que James Bond usou e usa em todos os filmes da franquia. Cada episódio a fábrica disponibilizou seis unidades ao estúdio. Muitos foram destruídos e outros sofreram danos menores. Entre os restaurados ficaram os que não foram reformados, os compradores queriam o original, sem retoques. Um deles, sem restauro, foi vendido por dois bilhões e oitocentos milhões de libras esterlinas, o que em real alcança a cifra de 19 bilhões e 800 milhões de reais. O valor dá para comprar todos os carros de Monte Alto e de quebra todos os imóveis da cidade.
ALTAR
O nosso Santo Antonio luso ganhou em Portugal a fama de casamenteiro porque em Pádua, onde morava em um convento, havia um prefeito cruel, que cometia injustiças com os pobres da cidade. Uma maldade divulgada entre os moradores de Pádua era um decreto do prefeito que obrigava as moças da cidade a se casarem até os 15 anos. Era muito difícil nessa idade conseguir casamento porque o dote era caro, cujo preço baixava conforme a idade. As moças que não se casassem na idade exigida tinham que permanecer solteiras nas casas dos pais ou trabalhar na cidade, sem salário, para a prefeitura. Como última alternativa, a prostituição.
Santo Antonio arrecadava dinheiro entre seus fiéis e pagava o dote para o casamento. O noivo com dote pago casava, com o monge Antonio realizando o casamento no mosteiro e todos na cidade assistiam a cerimônia do monge casamenteiro. Depois surgiram as lendas e as crenças, até no Brasil, quando os portugueses mandaram para cá a imagem do santo. (Como o monge Antonio saia do mosteiro de madrugada, era possível ele visitar várias fazendas e vilas, antes dos outros monges, chegava à tarde eles se reuniam na porta do mosteiro e na conversa um dizia que havia visto Antonio em um lugar e o outro em local diferente na mesma hora – ou seja – em dois lugares ao mesmo tempo – fenômeno espiritual conhecido como o dom da Ubiquidade).
BRASA
As festas juninas se caracterizam pelas fartas comidas, danças e orações. Com a pandemia, para evitar aglomeração, no junho próximo talvez elas sejam em menor número e com presença reduzida. Oxalá que sejam, não pelos santos citados acima, mas pelo cuidado sanitário sobre o coronavírus, que é o maior mal do século, que não existe cura tradicional. As vacinas estão em testes e mesmo que eficientes não são para sempre, a validade pode ser curta.
Além das tradições citadas, existe o rojão, a bomba e o descuido com as fogueiras. Os fogos de artifício tem o nome que parece evitar o perigo. Na verdade são fogos bélicos, podem matar, ferir a pessoa que usa e as que assistem. As crianças são as maiores vítimas. Cuidado: se escapar do rojão – o corona pega!
SAMAMBAIA
Em 1498, o navegador português passou na costa do Brasil, quando viu que nada tinha por aqui disse: “só tem mato nessa floresta – o gajo – vamos para Calicute”.
Era 100% de Mata Atlântica – sobraram, em 2021, 12,8%.
