TERRA PROMETIDA
O Brasil, quando completar 1.000 anos de “achamento” será um deserto maior do que o Saara atualmente, que também foi uma enorme floresta milhares de anos atrás. No planeta Terra qualquer território nasceu deserto, sempre foi transformado pela ação dos seus habitantes, antes dos humanos. Entre os predadores talvez o hominídeo seja o pior. Se os anteriores agiam por ignorância a humanidade atua por incompetência. O lugar da humanidade mais apropriado seria Marte, como o conhecemos hoje, talvez aquele planeta tenha se tornado no que é porque foi habitado por humanos, entre eles os brasileiros. O Brasil é um exemplo do que não se deve fazer no sistema cósmico universal. Se as estrelas que vemos são apenas a luz do que foram quando eram vivas, a Terra em que vivemos também é uma ilusão iluminada, ela está morta para o universo, vivemos em um buraco negro, ainda não descoberto.
A América, na visão da Europa, era um novo mundo, que ela tratou de torná-lo velho e ultrapassado, os europeus deixaram ou induziram os povos da América nativos e os que mandaram para cá, para destruírem o que a natureza levou milhões de anos para realizar. Nunca houve uma Holanda na América, ou uma Inglaterra, França e qualquer território semelhante a um pedaço da Europa, porque os habitantes de lá não foram e não são como os daqui. O engano começou com Colombo que além de não registrar o continente com seu nome, ainda permitiu que um aventureiro espanhol o fizesse, depois de viajar clandestino em um barco colombina, o aventureiro Américo Vespúcio, que na volta a Europa levou mapas falsos ao Papa, então dono dos dois mundos, o velho e o novo. Aceitando que a ignorância colombina chamasse o povo americano de índio, uma raça que nunca existiu em um nome plagiado de indiano. A América nasceu errada, um aborto espontâneo da natureza.
Uma pena que o Brasil seja sul-americano, permitindo que a América continental fosse tomada com nome e grau de América total pelos irmãos do norte, que abandonaram os vizinhos do centro e sul. As antigas treze colônias se tornaram colonizadoras do restante da América, aprendendo a lição europeia de como escravizar e de dominar seus semelhantes. Resta aos brasileiros passearem na Disney!
MARCA PEIXE
Na sede atual do Campestre era uma indústria alimentícia, a Sul América Alimentos, depois comprada pela Peixe, uma empresa cearense do ramo. Contou-me, quando ainda era vivo, um velho funcionário da empresa, que numa segunda-feira de 1955 (Ele não se lembrava do mês), as três horas da tarde começou a escurecer, como se fosse as sete sete da noite, uma penumbra se fez e as galinhas do quintal do guarda da indústria, que morava na casa do lado da fábrica, subiram no poleiro, afinal era a hora de dormir. Contou ele: os funcionários, com medo que o fim do mundo se aproximava trataram de se proteger. Entraram debaixo das mesas e esteiras seletoras das frutas para lavagem. Sentiram-se protegidos, esperando a chegada do final. A escuridão foi total lá pelas 17 horas, depois começou a clarear. Era uma eclipse total do sol, naquele ano com visão total no hemisfério sul. Não era o fim do mundo, era apenas o prenúncio do fechamento da empresa, que se mudou para Taquaritinga.
GOLPE POLÍTICO
Com o nome errado de golpe militar, o golpe de 1964, culminou em uma ditadura de 21 anos, ferrenha e cruel. Os governos usaram a censura para evitar um contra golpe, que poderia acontecer e nunca aconteceu porque os EUA, defensores da democracia no continente, segundo eles se definiam (lembrem-se de Fidel, ianques!), estacionaram a terceira frota a algumas milhas da Baia de Guanabara, com um mapa novo do país: O Brasil do Norte e o Brasil do Sul, lição aprendida na Coreia e no Vietnam ou Viets como chamava todos os Laos.
Foi uma intervenção branca dos EUA em que eles chamavam de Irmãos do Sul. O embaixador Lincoln Gordon veio ao Brasil para ajudar na escolha dos dirigentes, ao ponto dos “terroritas” de esquerda, que combatiam a ditadura, desfilar com cartazes na rua pedindo: Chega de intermediários – para presidente Lindoln Gordon!
Os fatores políticos para a chegada da ditadura foram vários. Um deles foi a renúncia de Jânio Quadros, em 1960, depois de oito meses de presidência. Tempo em que ele mostrou o populismo a que veio. Proibiu o uso do biquíni, a briga de galo e a venda daquele refrigerante escuro, chamado por ele de água negra do imperialismo. Jânio só não xingou os norte-americanos de f.d.p. – se contentou em condecorar Che Guevara com a mais importante comenda do país, a Medalha do Cruzeiro do Sul. Foi seu suicídio político – os EUA entraram com a corda e o Congresso com o cadafalso.
FALA CIDADE!
Quando tudo acontecia no Brasil e ninguém sabia, porque apenas a censura era a verdade, os jornais, para não serem fechados publicavam receitas de bolo e poemas de Camões e os assinantes acreditavam que estavam informados com os “tijolinhos” nas páginas centrais.
Nas cidades brasileiras, longe dos grandes centros pouco se sabia. Os jornais alternativos, Opinião, Vanguarda, Pasquim, Movimento e Lampião eram proibidos de circular livremente. Alguns exemplares clandestinos chegavam às mãos de alguns poucos. A sociedade frequentava clubes de luxo e tomava Cuba-Libre e mal sabia a origem do nome da bebida. Havia nos municípios eleições para vereador, e dependendo do número de eleitores, para prefeito. Eram eleições livres: uma vez eu vi como era o voto livre – o eleitor tinha liberdade para apanhar no chão um “santinho” de um candidato e nas urnas votar nele. (candidatos eram selecionados pelo partido, aliado aos ditadores).
