Ócios & Negócios

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FOLKLORE
Monte Alto nos anos 1960 tinha um “time” de figuras “cult” fazendo parte do nosso folclore. Eram homens, mulheres e até crianças. A população os tratava com carinho perdoando-os pelos atos anormais que cometiam, como furtos, gestos obscenos, palavrões e ameaças de agressões. Não eram todos que tinham problemas mentais de pequena monta, muitos sabiam o que faziam e as consequências dos seus atos. Eram conhecidos da polícia que muitas vezes os detinham apenas para que respeitassem a autoridade, que eles reconheciam e sempre eram obedientes.
Um destaque era um jovem negro, alto forte, bem articulado vestindo roupas normais, cumprimentando todos na rua exigindo ser cumprimentado. Muitas pessoas eram conhecidas do Café Recreio, este era seu nome de guerra, que ninguém sabia a origem e tampouco seu nome verdadeiro. Era popular que até teve o apelido reduzido para “Café”. O passatempo do Café era o furto nas lojas, principalmente das mercadorias em exposição, mesmo flagrado ele não se importava, corria com o objeto do furto para perto de uma viatura policial ou em direção à cadeia pública e delegacia que era anexa à sede do batalhão da Polícia Militar. Isso mesmo, sempre fugia em busca da polícia – pasmem – para ser preso e levado à delegacia policial.
O Café queria ser preso – verdade, gente! Ele queria ser preso para comer a marmita dos presos. Sua prisão forçada ocorria uma hora antes do almoço, o que permitia ao carcereiro encomendar uma marmita a mais. U Estado comprava a alimentação dos presidiários no Restaurante Abril, tida como a comida mais saborosa da cidade. Era comum os comentários do povo, dizendo que seria bom ir para a cadeia em Monte Alto para comer almoço, café da manhã, jantar, um chá à noite, sempre fornecidos pelo Abril. O Café Recreio era perito na prática.
Muitas vezes o pessoal do comércio fazia vistas grossas quando o Café Recreio se aproximava com a intenção de praticar um furto, assim indiretamente ajudava-o a se alimentar “a la carte”
(0 Café não levava para casa o produto de furto, se o fizesse sua família o faria devolver imediatamente – ele então voltava ao local, entregava o que tinha levado alegando que a sua mãe não havia gostado daquela mercadoria).

CONFISCO REAL
Na Inconfidência Mineira, como é sabido, apenas Tiradentes foi condenado à morte, os demais tiveram os bens sequestrados e foram condenados ao degredo perpetuo nas colônias lusas. A condenação de Tiradentes nunca foi bem explicada, ele nunca foi chefe da revolta, diziam que a morte dele aconteceu por ser ele o pobre do movimento. Isso não era verdade, entre os 12 mais abastados, Tiradentes figurava em oitavo lugar, logo atrás de Gonzaga. Gonzaga tinha um patrimônio de 845 mil cruzados, Tiradentes 797 mil. O mais rico era Alvarenga Peixoto com 842 milhões de cruzados. Tiradentes, que além da forca, perdeu os bens e como não tinha casa própria, sua casa alugada foi salgada e incendiada com a Coroa indenizando o proprietário. Tiradentes era solteiro, tinha uma filha com a escrava Antônia Maria do Espírito Santo, ambas nada sofreram.

CURATIVO
Quando ingressei no comércio do qual saí após 60 anos, o farmacêutico Chiquinho Rulli estava se aposentando. Lembro-me daquela manhã que ele saiu da farmácia com aqueles passinhos curtos, passou a entrar nos estabelecimentos cumprimentando os velhos comerciantes e se despedindo, dizendo que iria morar com o filho. Eu não sabia quem ele era. Dias depois um comerciante me falou de quem se tratava e o que ele fazia no comércio.
Naquele dia da despedida o Chiquinho me viu entrando na antiga farmácia dele e perguntou onde eu trabalhava. Disse onde e nunca esqueci suas palavras: “quando você puder mude de atividade, no comércio você vai trabalhar a vida inteira para morrer pobre!

BIKE
Até 1960 o município de Monte Alto cobrava imposto para a circulação de charretes, carroças e bicicletas. Depois que a guia fosse paga o proprietário dos veículos se dirigia à portinha do fundo da sede da prefeitura (hoje fórum) e o funcionário Carrinho (nunca soube seu nome real) emplacava o veículo. Cada tipo de veículo tinha uma cor na plaquinha, sempre com dois números de 00 a 99.
O Sr. Carrinho era de baixa estatura (não era anão), sempre tratado com carinho pelos proprietários dos veículos emplacados, era viciado no jogo do bicho.
Ele jogava todos os dias no chalé da Rua Nhonhô (o jogo era livre). Todos os dias – e daí – muita gente fazia isso. O Sr. Carrinho era um caso à parte: jogava todos os dias no mesmo bicho – o Galo!

SORTILÉGIO
Meu tio Luiz (Zim) que Deus o tenha, quando se casou com a noiva dele, Eva, saudosa Tia, fez uma casinha na fazenda onde trabalhava. A casa dele ficava entre outras de empregados da mesma roça. Ele me contou que as outras casas tinham nos beirais de madeira casas de marimbondo, e a dele não tinha nada.
Os companheiros de roça diziam que as casas que os que maribondos têm suas casas são as que terão mais sorte na vida. Depois de um tempo nada de maribondos.
O meu tio Zim não se abalou. À noite ele apanhou um saco de papel que as padarias usavam para ensacar pães e saiu à procura de casa de maribondo nas árvores. Quando viu uma que poderia capturar do chão, abriu a boca do saco, colocou a casa dos bichinhos dentro, amarrou a boca, quebrou o galho, levou para casa e colocou-a no caibro do telhado. No dia seguinte, os maribondos viram que estava igual, lá ficaram. O esperto Zim, meu tio, mostrava sua sorte para todos, hoje se eu fosse um sobrinho criativo chamaria as casas (ele colocou várias pelo método) de Maribolândia.

FRASE
“Assino o decreto de alforria do derradeiro escravo do Brasil” (Marechal Deodoro da Fonseca, ao renunciar do cargo de primeiro presidente da república, quando estava acamado, em sua casa, em 22 de novembro de 1891).

Registrando

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