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CAPITAL DO MAMÃO
Embora eternizada pelo epíteto capital do mamão, Monte Alto foi uma capital múltipla se considerada sua produção agrícola total, entre todas o mamão respondia por noventa por cento de toda a produtividade, o melão, a mandioca, a melancia, o abacate e com o tempo as frutas cítricas ganharam posição na “exportação” para a capital paulista, mais precisamente para o Mercado Municipal da rua Cantareira, o velho Mercadão. Diariamente dezenas e até centenas de caminhões lotados saiam de tarde, ao escurecer, dos pontos locais para descarregar na madrugada do pátio do mercadão, onde centenas de carregadores esperavam para a descarga das caixas de madeira para amontoá-las nas bancas internas do mercado onde os feirantes abriam e separavam as frutas por tipo e tamanho. Além do mamão estavam colocadas nas caixas as frutas citadas, todas de Monte Alto. Uma mão ganhou uma menção nacional, dizia-se que nada existia mais doce do que mamão com açúcar – enfim era um maná!

MÃO ÚNICA
Os caminhões partiam da cidade em comboio, todos em fila indiana, sem espaço um do outro que permitisse a outro veículo uma ultrapassagem segura, quando era possível. Esses caminhoneiros eram conhecidos nas estradas por “mamãozeiros” seguidos de outros adjetivos mais recomendáveis e censura idiomática. Os veículos de carga da época eram os caminhões “tocos” sem eixo alongado, o moderno truque, duas rodas a mais com capacidade maior de carga.
Nas adjacências do mercadão as filas para descarga eram enormes e as ruas ficavam congestionadas sem espaço para os veículos particulares estacionarem. Quado algum motorista não dava espaço para ultrapassagem ou estacionamento, os que se sentiam prejudicados pela “exclusividade” dos montealtenses gritavam em coro: são os “mamãozeiros”, em tom de revolta e protesto.
Infelizmente um recorde acontecia nas estradas Monte Alto/São Paulo, eram os acidentes graves, com feridos e mortes, deixando entre os desafetos dos motoristas locais: a terra das viúvas.

DIDATISMO
Independente da agricultura e da produção própria do município, o mamão legou à cidade algo inédito no Estado e no Brasil, foi um ensino didático inédito até para a nossa população, uma escola sem classe, sem professor de alta literatura, foram os “alunos” das embalagens das frutas, especialmente do mamão “com ou sem açúcar”. Explica-se: o mamão era embalado em caixas de madeiras duplas, pregadas e embrulhados um a um por jornais. Ah! os jornais – que jornais? Os jornais que vinham diariamente das bancas das frutas, cujos proprietários, depois de lerem dobravam-nos e os colocavam-nos entre as madeiras para montagem das caixas nos barracões de Monte Alto. Antes do uso do jornal todos liam as notícias fresquinhas do dia anterior – não existia ninguém mais bem informado do que o leitor do Estadão, da Folha e do Correio Paulistano. O monte altense lia de primeira mão as novidades da sua capital paulista. Sabia tudo sobre tudo, crime, literatura e informações inéditas.

INTEGRAÇÃO
Nas escolas locais, quando os professores perguntavam aos alunos onde conseguiam as respostam exatas para as matérias pedidas nas provas, muitos respondiam que era “escola do mamão”. Além dos embaladores das frutas, os caminheiros também levavam os jornais para casa para mostrar à família as novidades da capital com as frotas e textos do dia. Era mesmo uma escola!
Com o tempo, uma espécie de doença dizimou os mamoeiros da região e pouco a pouco a fruta foi acabando, sendo substituída pelas produzidas no estado da Bahia e novos produtos agrícolas foram surgindo nas roças velhas de mamão, como o tomate, a goiaba e os cítricos. Além da cebola que deixou registrada sua presença nas roças locais. Foi de onde surgiram as industrias para modificar as produções “in natura”, transformando a cidade em um polo industrial com presença em todos os locais do país.

AGRONOSSO
Foi devido à diversidade de produção que Monte Alto ganhou outro epíteto, o de Reforma Agrária Natural, no município não existe grandes latifúndios, tudo aqui é produzido em pequena escala com menos terra agrícola, o que evita a super produção e a inevitável consequência da queda de preços no mercado com o desperdício de produtos, com perda entre a produção, o transporte e a quebra na mecanização industrial, um mal que assola nossa produção.
Originalmente Monte Alto foi um munícipio agrícola com os trabalhadores rurais especializados no trato da terra, no velho estilo “Caminhos de Cabral” em se plantando tudo dá! Aconteceu depois foi o êxodo rural, os “boias-frias” vieram para a cidade para trabalhar na indústria, sem especialidade e foram obrigados a assumir trabalhos estranhos à lavoura, com o tempo isso também foi superado, basta notar o que acontece nos portões das empresas urbanas.

POLO URBANO
O que aconteceu com o ruralismo local se repetiu no polo industrial urbano comercial. A cidade, no início, foi um sucesso comercial com grandes comerciantes de varejo com pontuação no atacado, com muitos clientes vindos de lugares distantes para comprar farinha, milho, leite in natura, carnes bovinas.
Monte Alto registrou o transporte do carro de boi, tropeiros e transporte boiadeiro com os produtos beneficiários de arroz e café.
A cidade teve três fábricas de óleos vegetais, uma fábrica de macarrão e uma fábrica de cerveja. Ainda cinco fábricas de conservas diversas.

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