Quando a IA dominar, não quero estar mais aqui

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Às vezes, o limite para saber se uma coisa é boa ou ruim é muito sutil. A máquina de datilografia e a prensa trouxeram grande desenvolvimento no mercado dos livros. O computador, muito mais, e a internet pareceu-nos, a cereja do bolo. Agora, estamos de flerte com a Inteligência Artificial e dizer que ela será ruim é quase um pecado mortal.

Na metade deste ano, a senadora Mara Gabrilli, que é tetraplégica, esteve nos Estados Unidos testando um exoesqueleto, com o qual conseguiu andar durante algumas horas. Trata-se de um avanço formidável que, com certeza, vai passar por muitas adaptações, tornar-se mais leve e mais acessível, permitindo que muitas pessoas com limitação de movimento voltem a andar. Cada exoesqueleto custa perto de um milhão de reais.

Na semana passada, Elon Musk, fundador da Neuralink, falou que a empresa está trabalhando em um chip para restaurar a visão de pessoas cegas, que entrará em execução depois da conclusão do atual: um implante cerebral para pacientes com paralisia, por lesão da medula ou esclerose lateral amiotrófica. Esse mecanismo produzirá uma espécie de “telepatia” para aqueles que perderam a conexão entre mente e corpo. Ou seja, o chip de Musk, que começa a ser testado em humanos, se der certo, estará a anos luz à frente do exoesqueleto, pois serão mais práticos, provavelmente mais eficazes e, se produzidos em massa, muito mais baratos.

Como ele mesmo explicou, a primeira etapa cuidará da parte neurológica, ajudando pessoas paralisadas a voltarem a andar. O passo seguinte será o chip para os cegos e, em seguida, também para tratar doenças como obesidade, transtorno do espectro autista, depressão e esquizofrenia. E, de outros criadores, já existem no mercado aplicativos para surdos e pessoas que perderam a capacidade da fala.

Certamente teremos grande evolução também na área de diagnósticos. Chegaremos ao ponto de ter, dentro de nossos corpos, um pequeno dispositivo que controlará a nossa pressão artificial, batimentos cardíacos, respiração, níveis de saturação de oxigênio, picos de açúcar e insulina no sangue, alterações hormonais, infecções bacterianas e virais e a reprodução inadequada de células que podem resultar em tumores cancerígenos.

Vejam como tudo isso fantástico! Poderemos prevenir, tratar e curar de unha encravada a depressão severa, com apenas um implante neural! Sem contar, claro, que não teremos mais necessidade de computadores e celulares, e nem de livros, escolas, cursos. Tudo estará dentro de nós. Isso será um passo para que nos tornemos híbridos.

Parece tudo perfeito, mas, as coisas não são assim tão simples. Há leis e tratados éticos que regulamentam isso – nada que o dinheiro não modifique, claro, e, para Elon Musk e outros envolvidos no processo, dinheiro não é problema – mas, até mesmo esses multimilionários ainda precisam se pautar por códigos morais vigentes. Alguns desses códigos, ainda que civis, tem um pé bem fincado nas religiões, motivo pelo qual se está acabando com elas, de uma forma cada vez mais rápida e mais poderosa, mas quase nem nos damos conta disso…

Bem, o que eu quero dizer é que, até que haja a liberação para a implantação em massa do chip de Musk ou de quem venha no lugar dele, precisaremos passar por algumas transições. O uso de animais em testes de novas tecnologias, remédios e alimentos, sempre foi uma realidade e, por mais que isso tenha sido reduzido nos últimos anos, graças ao maior controle dos ativistas da causa animal, é algo que ainda acontece. Um implante neural, destinado ao uso no ser humano, não pode ser testado por num robô, precisa de um ser vivo. É claro que já há muitos voluntários, mas, o número de voluntários permitidos em qualquer experiência ainda é regulado.

Vamos a uma outra realidade. A maioria de nós possui seres que foram promovidos de animais domésticos a filhos e, de filhos, a praticamente donos (algumas pessoas ainda têm cachorros e gatos, mas, aumenta cada vez mais o número de gatos e cachorros que têm pessoas!). Já pensou no seu amado pet com um chip implantado, que lhe permita habilidades como falar, lhe dar conselhos, quiçá, cuidar das suas finanças, controlar suas compras de mercado e – por que não? – receber implantes de braços e mãos que lhes permitam ajudar você com as tarefas domésticas, coçar as suas costas, cozinhar a sua comida?

Cães e gatos já são o que há de melhor na vida de muita gente, imagine com todas essas habilidades! Sentar na varanda num fim de tarde, abrir uma cerveja e ter um papo cabeça com o seu cachorro, contar a ele como foi o seu dia e saber como ele se sentiu e o que fez na sua ausência. É claro que você não estará conversando com o seu cachorro ou com o seu gato, e sim com a IA abrigada nele, mas, ninguém irá questionar. Bem se isso der certo, a população mundial finalmente começará a diminuir, afinal, procriar para quê?

Deles para nós, será um passo. A IA terá alcançado uma evolução tal, que, praticamente todos os desafios e dificuldades estarão resolvidos. Restará apenas um único problema: NÓS. Mas, creio que não será difícil para a IA dar uma solução eficaz, rápida e definitiva para isso. Até o filho do Rei Davi, que tinha laços de sangue e de amor com ele, se insurgiu contra o pai, tomando o seu trono, quanto mais não fará a que é mais inteligente, e artificial? Eu, sinceramente, espero ter ido embora muito antes, pois, de todos os possíveis futuros que imaginei para este planeta, nunca o concebi sem nós. Para mim, ter de ligar para o seguro para pedir um guincho ou para a operadora de celular para pedir a 2ª via de um boleto e só conseguir falar com o robô já é ruim o suficiente e esbarra no meu limite de tolerância. Mais do que isso, não quero presenciar.

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