Sim, leiam Machado e Álvares de Azevedo

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Recentemente, pelas redes (anti) sociais, deparei- me com uma discussão lançada por um “youtuber” sobre a leitura maçante de dois dos maiores autores da literatura brasileira do século XIX: Machado de Assis e Álvares de Azevedo. O “influencer”, na sua postagem, disse que lê-los seria um desserviço da escola para a literatura. Pois bem, vou explicar, sucintamente, a importância desses dois autores renomados. Machado de Assis, embora tivesse suas obras publicadas também no Romantismo, foi um dos maiores autores realistas do Brasil.
O Realismo tinha como objetivo mostrar as mazelas, os comportamentos e a hipocrisia da sociedade da época. Muito influenciado pelo autor francês Gustave Flaubert (leiam Madame Bovary) e pelo português Eça de Queirós (leiam O crime do padre Amaro), este movimento literário e artístico chocou a elite na época por mostrar uma verdade que não refletia nas obras literárias e artísticas. Machado, com o seu jeito irônico e sarcástico, nas suas obras publicadas a partir de 1881 (Memórias Póstumas de Brás Cubas inaugura o Realismo no Brasil) deu um tapa na cara ao retratar os comportamentos elitistas do final do século XIX. Mais tarde, nos anos de 1930, no qual surgiram autores de todas as regiões do país, (movimento chamado de Neorrealismo) consolidou a literatura como uma forma de denúncia social. Autores como Jorge Amado, Rachel de Queirós, José Lins do Rego, Érico Veríssimo e Graciliano Ramos mostraram através das suas obras um Brasil desconhecido e esquecido pela política brasileira. Quem leu o livro deste último autor, intitulado de Vidas Secas, ficou chocado com as condições de fome e miséria que os personagens viviam. Era a literatura, assim como fez Machado de Assis, dando uma sacudidela na sociedade e na política dos anos 30.
Já Álvares de Azevedo pertenceu o lado oposto do Realismo: o Romantismo (antecedente ao Realismo). O Romantismo foi um movimento de idealizações, sentimentalismo exacerbado, de saudosismo e de uma busca de uma identidade nacional. Entretanto, o autor se encaixa na segunda geração do movimento chamada de Ultrarromantismo (Mal do século). Ora, é fácil entender as características deste autor. Basta voltarmos os olhares para os dias de hoje: depressão, desejo da morte, egocentrismo, melancolia, efemeridade, pessimismo, etc. Leiam “Os sofrimentos de jovem Werther”, de Goethe; foi até proibido em alguns países devido o excesso de sentimentalismo que levava os jovens leitores a cometerem suicídio quando terminavam a leitura. Em síntese, Machado foi um dos percussores a utilizar a literatura como denúncia. Graças ao seu estilo, os livros são uma arma poderosa contra a opressão e desigualdade. Já Azevedo, coloca-nos a par do sentimentalismo, da subjetividade e do egocentrismo que estamos vivendo na contemporaneidade. Dois autores do passado que representam muito as questões da realidade e do sentimentalismo moderno. Dar palco a um indivíduo que desconhece os clássicos e a sua importância é um atraso literário e intelectual. Seguimos!

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