Vó Clara Perina

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Vó Clara, fotografada em um de seus momentos de leitura assídua: artigo do Professor Tico Costa

O ser humano, obviamente, padece do corpo. Quando beira o centenário, o nosso invólucro sustenta o peso da alma e da sabedoria. A mente nunca envelhece. Ainda mais quando ela, a mente, mergulha no mundo das palavras e da arte. Vó Clara era assim: tinha compromisso com os vocábulos e fazia do crochê sua terapia diária. Lia, frequentemente, este semanário. Mergulhava nestas reflexões deste jovem professor que tenta, através dos verbetes, tocar o coração das pessoas. E tocar um coração de quase cem anos é tocar numa parte da história de um indivíduo que já vivenciou todas as tempestades e as bonanças que a vida nos proporciona. Vó Clara não está mais entre nós. Eu sinto! Sinto muito!

Sinto por não ter tido a oportunidade de adquirir a sua sapiência e não ter ouvido as suas histórias. Sinto por não ter conhecido suas orquídeas e não ter visto as agulhas entrelaçando seus guardanapos e produzindo seus crochês. Estes que não visavam lucro, mas sim os sorrisos. Sinto por não ter sido abençoado pela fé que a movia e por não ter ouvido um pouco do seu vasto repertório de orações. Sinto por não ter tido a oportunidade de um café para prosearmos sobre este semanário. Se eu soubesse que era uma leitora assídua, eu teria sido assíduo no seu cotidiano.

Gostaria de ouvir sua concordância nas palavras e na forma como ela as pronunciava. Vó Clara aprendeu o básico que pregava – ou ainda prega – a educação: saber ler e escrever. Já basta!

Eu gostaria muito de um abraço. Vó Clara não gostava de beijos porque o ato remete a passagem bíblica de Jesus sendo traído por Judas. A fé a movia e o amor a fortalecia. Não se sei as avós serão como a avó Clara. Não sei se essa geração tecnológica terá os mesmos sentimentos que ela proporcionava e se o cheiro dessas avós serão os mesmos.

Sinto por escrever este semanário na ausência da sua compleição física, mas sinto que, de certa forma, ela estará lendo e me abençoando por receber esta homenagem póstuma. Sei que o céu permitirá a entrada destas páginas e que o Jesus que ela tanto amou será o jornaleiro da vez.

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