A onda do cancelamento nas redes sociais

A aceitação social presente pode causar depressão e ansiedade, dizem especialistas

A discussão a respeito do cancelamento nas redes sociais cresceu significativamente após a estreia da edição 2021 de um famoso reality show exibido na televisão. Uma questão a ser lembrada sobre tudo isso, antes do desenvolvimento sobre outras narrativas é que existem certos personagens criados por artistas e influencers durante publicações e atuação nas redes sociais. O reality mostra a convivência diária, sem smartphones e sem filtros.

Os profissionais da saúde mental afirmam que a utilização excessiva das redes sociais pode gerar mudanças significativas no comportamento físico e mental, seja no jovem ou adulto e que a busca pela popularidade e aceitação do outro pode desencadear o aumento da ansiedade e levar à depressão, muitas vezes que já havia começado com outro pré-requisito.

O boicote às personalidades conhecidas na internet ou na televisão começou dentro do próprio virtual, sobre atitudes que eram consideradas ‘erradas’ perante a audiência, e por conta disso, surge uma onda de críticas massivas devido a esse comportamento. Esse processo pode acontecer ainda quando o discurso de um influenciador digital apresenta uma ruptura, isto é, está incoerente com aquilo que essa pessoa reproduz nas redes sociais.

No caso do reality, o comportamento dos participantes apresenta reflexos do que acontece do lado de fora da casa. A rapper participante do programa, uma das mais comentadas nas redes sociais, está sendo ‘cancelada’ por alguns comentários xenofóbicos contra outra participante por conta do sotaque. Outro episódio trata-se sobre sua relação com um ex-participante, em que ela se recusou a comer no mesmo lugar que ele e passou a insultá-lo algumas vezes, além da decisão dele de deixar a casa. Resultado: eliminiação da rapper na terça-feira passada, 23, com o índice de rejeição mais alto de todas as edições – 99,17% dos votos.

Segundo especialistas no setor de data, o cancelamento também prevê certas características que são inerentes às redes sociais, e que essa cultura depende também de uma lógica algorítmica binária, que é baseada em um volume de dados para avaliar o que é bom e o que é ruim. Outro fator que impulsiona esse comportamento no ambiente digital é a velocidade de informações.

A terapeuta Luciene Rebonato ressalta que as pessoas buscam uma aprovação social, principalmente através das mídias. “As pessoas querem que as outras curtam, compartilhem, interajam; então a questão desse cancelamento gera uma desaprovação, uma rejeição e hoje tem muita validade por conta do virtual”.

“O ambiente virtual se tornou um local de aprovação e referência de como as pessoas acham que devem viver; além do cancelamento, existe um parâmetro que deve ser seguido”, destaca ela.

A terapeuta também relata sobre as comparações constantes e a busca por ideais existentes dentro desse contexto “As pessoas só expõem aquilo que é legal, que é bonito, e apesar de as pessoas entenderem isso, elas buscam a mesma coisa. As pessoas mais comuns estão sendo insatisfeitas por conta do estilo de vida de certas pessoas que são maiores, que tem mais condições financeiras”.

Quando um usuário/celebridade é cancelado em uma rede social, há consequências também na vida ‘offline’. A cultura é uma nova roupagem do linchamento virtual, que tenta silenciar, apagar e afastar, por meio do boicote ou punição os que praticam ou praticaram algum tipo de comportamento aversivo a um determinado grupo.

A cultura do cancelamento está ligada à importância em que as pessoas dão para as redes sociais à necessidade de pertencimento. Se uma pessoa é cancelada, consequentemente, ela está fora da bolha do pertencimento e é isolada, e julgada pelos internautas.

Os ‘cancelados’ podem desenvolver sintomas semelhantes aos às vítimas de ‘cyberbullying’, como distúrbios psicossomáticos, como dores de cabeça, dor no estômago, irritabilidade, alterações no sono e pensamentos destrutivos, em que de acordo com a frequência e a intensidade, podem levar quadros mais graves, como a depressão e a ansiedade.

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