A pandemia e o fim das relações: O amor acabou?

Segundo estatísticas, durante o ano de 2020, divórcios tiveram um aumento de 54% no Brasil; pandemia pode ser um dos fatores

Quem é casado sabe que manter uma relação nunca é uma tarefa fácil. Exige muitos sacrifícios de ambas as partes, para que em um comum acordo, o casal chegue a conclusões a respeito do que é bom e o que não é para a relação. De acordo com o Colégio Notarial do Brasil, durante o ano de 2020, em meados maio, junho e julho, os divórcios foram de 4.641 para 7.213, número expressivo em um curto espaço de tempo.
No Cartório de Registro Civil de Monte Alto, foram registrados 163 casamentos em 2020, em contrapartida, foram averbados 121 divórcios.
Apenas no mês de junho, a alta foi de 12% em relação a 2020. No total, 24 dos 27 estados brasileiros registraram crescimento frente ao assunto. Durante o restante do ano, o desenvolvimento desses índices continuou.
Segundo a terapeuta Luciene Rebonato, a relação entre o confinamento e o número de divórcios existe porque as pessoas precisam de convivência em meios diferentes e com pessoas diferentes, separados pela rotina, e o isolamento acabou mudando toda essa dinâmica. “Cada um tem a sua vida independente do seu convívio com o outro. O isolamento faz com que o casal tenha um convívio de 24h por dia um com o outro; e isso por si só gera um fator de estresse. Até no Big Brother as pessoas ficam estressadas depois de um tempo confinados; então no casamento não ia ser diferente”, destaca ela.
A terapeuta ainda explica que a pandemia não é o único fator que contribui para a decisão final a respeito do fim de uma relação. “Muito provavelmente, com raras exceções, já existiam problemas no relacionamento. O casamento não é uma simbiose, não é uma junção de duas vidas em uma, cada um tem sua vida, seus compromissos, amigos, que inclusive são detalhes muito importantes para a saúde do relacionamento. A questão de você se tornar um só é preocupante porque você depende do bem-estar do outro para estar bem e cada um tem seu funcionamento, seu espaço e sua hora. Isso é importante ser preservado”. Ela ainda ressalta que o confinamento tirou um pouco da liberdade individual dentro do casamento.
Ainda, de acordo com Luciene, de maneira geral, as pessoas estão tendo muitas dificuldades para manter relacionamentos porque hoje existe uma superficialidade e egoísmo nas relações. “Para você estar em uma relação, você tem que ceder, porque a relação é uma troca; as pessoas não encaram a relação como algo que tem que ser cuidado, com a construção diária… se as pessoas não investem, o casamento vai quebrar”.
Além disso, os dados do Google também indicam que as pesquisas por termos relacionados a divórcios cresceram nos últimos meses. As palavras-chave “divórcio online” tiveram uma busca 1.100% maior entre maio e julho em relação ao trimestre anterior. Perguntas como “Quanto custa um divórcio” e “Como dar entrada em divórcio” se elevaram em até três vezes mais no mesmo período.
O ponto de reflexão trazido pela terapeuta também é sobre as possíveis mudanças que precisam ser feitas em uma relação a dois. Os casos são particulares, porém há certas atitudes que podem ajudar a restaurar uma possível crise. “Cada um com sua individualidade, fora da relação casal, com caminhadas, exercícios, encontros com os amigos, dentre outros. Um dos problemas dentro dos casamentos é as pessoas se sentirem sufocadas e é importante entender que há vida fora da relação. Outra coisa é não esperar os problemas que acontecem diariamente se resolverem sozinhos, estabelecer diálogos para situações incômodas e saber relevar outras coisas, para que o casal busque soluções juntos”.
Luciene também destaca que as pessoas não podem levar tudo ‘a ferro e fogo’. “Se você se incomodar com tudo um do outro, ninguém fica junto. Você não está com alguém ou escolhe estar com alguém por essa pessoa ser a sua cópia, então as diferenças vão existir. Há que administrar essas diferenças na rotina, cultivando o olhar para o outro, de empatia, de compromisso, e ter tempo para dedicação ao casamento, caso contrário, fatalmente vão se acumular e se arrastar problemas que podem chegar ao ponto de não ter mais solução e é muito mais fácil o caminho do divórcio”, afirma ela.
Para finalizar, a terapeuta enfatiza que o número de divórcios não tem a ver somente com a pandemia, mas sim com a própria forma com que as pessoas tem se relacionado, com pouco comprometimento e pouca responsabilidade afetiva.

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