Na quarta-feira, 22 de fevereiro, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou oficialmente a Campanha da Fraternidade 2023 que, neste ano, convoca todos a considerar a fome como referência para reflexão e propósito de conversão a partir do tema “Fraternidade e Fome” e do lema bíblico, extraído de Mateus 14, 16: “Dai-lhes vós mesmos de comer”.
Conforme explica o pároco da Paróquia São Benedito, Pe. Paulo Cezar Mazzi, todo ano a Igreja aborda temas que afetam a vida das pessoas, sobretudo injustiças no campo social. No ano passado, foi constatado que, no Brasil, 33 milhões de pessoas não têm o que comer diariamente.
O lema da campanha lembra a ordem que Jesus dá aos discípulos quando, ao estar com uma multidão com fome no deserto, não a despediu, mas mandou os discípulos se responsabilizarem pelo problema. “Isso nos mostra que Jesus não apenas se preocupa com a alma da pessoa e sua dimensão espiritual, mas também com a dimensão física, psicológica, emocional e também espiritual”, explica o Pe. Paulo Mazzi.
De acordo com o pároco, é nossa responsabilidade dar uma resposta à fome que está à nossa volta, segundo a visão de Jesus.
A Campanha da Fraternidade faz um convite à solidariedade e sobre o que é possível fazer em termos individuais e coletivos para socorrer, de maneira mais emergencial, as pessoas que estão passando fome. “Por exemplo, algumas Paróquias de nossa Diocese organizam o chamado “sopão”, em que preparam alimentos para as pessoas em situação de vulnerabilidade social”, destaca o pároco.
Outro trabalho de enfrentamento à fome, realizado há vários anos e muito valorizado nesta edição da Campanha, são as conferências vicentinas, que se inspiram em São Vicente de Paulo. Elas acompanham mensalmente famílias que passam por necessidades e as socorrem no campo da fome, organizando cestas básicas, e no campo espiritual, procurando levar a palavra de Deus.
Segundo Pe. Paulo Mazzi, seria interessante que as pessoas se interessem pelo trabalho vicentino e por todo tipo de trabalho que faça com que a Igreja esteja presente junto àqueles que passam fome.
Em Monte Alto, há o grupo dos Samaritanos que, toda noite, oferece cerca de 60 a 80 marmitas para as famílias que passam fome. “É importante que a população católica se deixe sensibilizar por esses trabalhos e, quem sabe, abracem este serviço voluntário”, finaliza o pároco.
