A pandemia da COVID-19 transformou contextos que antes já vinham sofrendo transformações perante os avanços tecnológicos. O namoro à distância ficou mais acessível com as chamadas de vídeo e mensagens instantâneas via aplicativos utilizados por milhões de usuários.
Outro fator colaborativo para a união de pessoas e compatibilidade para a escolha de um parceiro foram os aplicativos de relacionamento, que tiveram uma busca e crescimento de até 54% de acordo com uma pesquisa realizada em março de 2021 pelo Happn, um dos principais aplicativos como o Tinder.
Além disso, o mesmo estudo revelou que esses mesmos 54% dos usuários estão dispostos a ter um primeiro encontro por videochamada, adaptando o próximo passo natural após o flerte virtual às recomendações locais de saúde. O aplicativo expandiu o raio de localização de 250 quilômetros para 90 quilômetros recentemente, para que as pessoas não se sintam completamente isoladas durante a pandemia.
Outras gerações mais ‘maduras’, como os boomers, também estão se adaptando à nova forma de paquera e às tentativas de relacionamento virtual. Essas gerações, que já sofriam com questões de solidão e isolamento muito antes da pandemia, também têm encontrado acalento nos aplicativos de relacionamento, que por sua vez, têm ganhado novos significados, já que os encontros presenciais devem ser evitados.
Para as gerações mais novas, como a geração Z – nascidos a partir de 1995 -, existem grandes descobertas. Segundo dados divulgados pelo Tinder, um dos principais aplicativos de relacionamento, 60% dos membros decidiram fazer o uso do Tinder porque se sentiam solitários e queriam se conectar com as pessoas, sendo que a geração Z buscava “pessoas novas e diferentes”, saindo da zona de conforto dos relacionamentos conhecidos.
Esse comportamento, apesar de existir, não é unânime entre as pessoas um pouco mais velhas do aplicativo, que buscam conhecer novas pessoas, mas também encontrar aquelas de seu círculo social.
Outro ponto interessante é que os dados da mesma pesquisa realizada pelo Tinder também mostraram uma sinceridade maior vinda dessa geração mais jovem. As menções de “ansiedade” e o termo “normalizar”, por exemplo, aumentaram durante a pandemia, sendo que a primeira cresceu 31% e a segunda cresceu mais de 15 vezes.
Para o Tinder, esse comportamento mais sincero e autêntico tende a crescer conforme o número de pessoas da geração Z no aplicativo for aumentando. Isso porque falar sobre esses temas é uma marca da geração. Pessoas mais velhas do aplicativo, de acordo com os dados analisados, evitam se mostrar vulneráveis para a discussão dessas temáticas.
É até mesmo possível afirmar que o namoro online chegou para ficar, tendo em vista os avanços tecnológicos e as novas formas de se relacionar, sendo um ponto de contato entre o mundo digital e o físico, e utilizado como pontapé inicial dos relacionamentos. Porém, depois de tanto tempo em isolamento social, o presencial tende a ser tão importante quanto o match no aplicativo em um segundo momento, o que deve mudar os comportamentos desses encontros futuros.