Um dos assuntos que rendeu notícias em jornais, redes sociais e TVs neste segundo semestre de 2020 foi o nascimento das mais novas trigêmeas de Monte Alto, as pequenas Mirela, Maitê e Manuela, as meninas que nasceram mais de 70 anos depois das primeiras trigêmeas montealtenses, as Marias nascidas em 1941: Maria Aparecida, Maria Piedade e Maria Conceição.
Nesta edição especial de final de ano, o jornal traz nova matéria sobre o assunto, desta vez, com a história de mais irmãos trigêmeos nascidos na década de 2.000: Bárbara, Brenda e Arthur e Kaique, Robert e Kelvin, e Samantha, Áureo e André Braz (estes últimos, atualmente residem em Bauru – vide box). De alguma forma, a Santa Casa de Monte Alto se fez presente em suas histórias, seja pelo médico que fez o parto, pela assistência do plano de saúde ou até mesmo atendimento prestado via SUS.
A equipe do Imparcial reuniu as famílias de quatro gerações de trigêmeos com quem conseguiu contato no sábado, 19, em um animado encontro na Praça dos 500 Anos, no Jardim Bela Vista, e ouviu suas lindas histórias de surpresa, de alegria, de superação e de Fé. Via whatsApp, conversou com a quinta família. Confira!
AS TRÊS MARIAS – 07/12/1941 (filhas de Maria e Felerico de Simoni)

O primeiro caso da história de Monte Alto remete à 1941. Maria Aparecida, Maria Piedade, Maria Conceição, ou “As Três Marias”, como ficaram conhecidas as irmãs na cidade, nasceram em uma humilde residência no bairro rural Areias, e vieram ao mundo de parto normal pelas mãos do saudoso médico Dr. Adaucto Freire de Andrade, um ícone da medicina local, que atendeu milhares e milhares de pacientes ao longo de sua profissão, vivenciada em seu consultório e também na Santa Casa de Monte Alto. O fato se deu numa época em que Monte Alto possuía menos de 20 mil habitantes e teve grande notoriedade. Descendente de alemães, a mãe das três Marias, faleceu horas depois do parto das meninas. O casal Maria e Felerico já tinha três filhos, os quais ficaram sob os cuidados do pai e as bebês foram criadas por tios. Dr. Adaucto, muito presente, apadrinhou Maria Aparecida.
Muito simpáticas e prestativas, elas atenderam de pronto ao chamado do Imparcial e, durante a sessão de fotos para esta reportagem, era nítido o entrosamento, o carinho e a cumplicidade entre as irmãs, que embora tenham sido criadas em diferentes famílias, nunca se separaram. Em seus quase 80 anos, elas contaram que ainda mantém vivo o sonho de um dia participar do programa do Silvio Santos.
ARTHUR, BARBARA E BRENDA – 11/05/2002 (filhos de Simone e Nivaldo das Neves)

Ao fazer o pré-natal, logo no início da gestação, os pais de Arthur, Bárbara e Brenda já souberam que seriam pais de trigêmeos. “Ficamos bastante assustados, mas nossa alegria foi muito grande também, contou emocionado o pai, Nivaldo das Neves, que acompanhou os filhos para a reportagem.
“O parto dos meus filhos foi cesariana, programada inicialmente para o dia 25 de maio. No entanto, no dia 10 de maio, por volta das 20h30, a bolsa do Arthur estourou e eu fui para o Pronto Socorro; lá fui atendida pelo ginecologista que me internou na Santa Casa. Por coincidência, o provedor Beto Colatrelli, acompanhado da empresária Maria Inez Cestari, passava pelo corredor onde eu estava internada e entraram no quarto, sendo que o Beto me perguntou por qual motivo eu estava ali e eu respondi que não tinha convênio. A equipe achou melhor que meu parto fosse realizado no Hospital das Clínicas, em Ribeirão Preto, e uma hora depois eu já fui encaminhada para lá. Por volta das 13h30 do dia 11 de maio de 2002, nasceram o Arthur, a Bárbara e a Brenda. Três dias após o nascimento das crianças, retornei para Monte Alto, mas eles precisaram ficar ainda por cerca de 18 dias na incubadora. Nesse tempo, eu viajava todos os dias para amamentá-los. Depois desse período, viemos para casa e novamente o Beto foi nos visitar, doando inúmeras fraldas e me dizendo que ele, a Maria Inez e o empresário Ananias Pereira iriam nos ajudar com convênio para as crianças até os dois anos de idade, algo que foi muito importante para nós todos, assim como a ajuda de familiares e amigos, relatou, a mãe Simone. “Estar aqui hoje é reviver o passado, que no começo trouxe muito medo, insegurança, e hoje, só alegria ao vê-los criados, com saúde e buscando seus próprios caminhos”, contou o pai, Nivaldo. Nossa eterna gratidão a todos da Santa Casa de Misericórdia de Monte Alto e também aos que muito nos ajudaram”, acrescentou.
Os três irmãos, hoje com 18 anos, são formados Técnicos em Marketing pela Instituição Etec Alcides Cestari. As meninas começaram as respectivas faculdades esse ano: Bárbara está cursando Farmácia na UNIARA em Araraquara e está fazendo estágio na área na Farmácia Central; Brenda está cursando Pedagogia na ITES em Taquaritinga e está fazendo estágio na área na escola Dr. Raul. O Arthur está trabalhando na empresa Fire Breq, na Área Industrial.
Kaique, Robert e Kelvim – 05/09/2004 (filhos de Lucimari Basílio e Roberto Adão dos Santos)

Na edição nº 1.991, de 10 de setembro de 2004, O Imparcial trazia em sua capa a seguinte manchete: “Nascimento de trigêmeos surpreende casal montealtense”. Nas páginas seguintes, o relato: “na tarde do dia 5, a dona de casa Lucimari Basilio Adão, 25, e o motorista, Roberto dos Santos Adão, 37, foram surpreendidos com o nascimento de seus primeiros filhos, que chegaram em dose tripla. Os bebês nasceram na Santa Casa de Misericórdia de Monte Alto, de parto normal, pelas mãos do médico ginecologista Francisco Spanó Neto que, em seus 29 anos de profissão, nos quais realizou mais de 9 mil partos, atendeu o primeiro caso de trigêmeos. Desde que soube de sua gravidez, Lucimari procurou o Posto de Saúde do SUS para fazer o pré-natal, que foi acompanhado pelo médico ginecologista Randal de Oliveira. Ainda surpresa, Lucimari conta que, aos três meses de gravidez ficou sabendo que seria mãe de gêmeos. Em tratamento de pré-eclampsia, sua gravidez chegou a 31 semanas, quando entrou em trabalho de parto e se dirigiu ao Pronto Socorro. Encaminhada à Santa Casa não demorou mais de 15 minutos para Lucimari dar a luz a três meninos. Eles receberam o nome de Kaique Eduardo, Kelvim Henrique e Robert Luan e nasceram pesando 1.355, 1.430 e 1.025. Kaique e Kelvin são univitelinos, ou seja, gerados na mesma placenta e Robert, gerado em placenta diferente, o que talvez tenha dificultado sua visualização nas três ultrassonografias realizadas durante a gestação. Após o nascimento, os bebês foram encaminhados para as unidades de UTI neonatal das cidades de Ribeirão Preto e Sertãozinho”.
Neste ano, os irmãos concluíram o primeiro ano do Ensino Médio na Escola Zacharias e ainda não escolheram a carreira que pretendem seguir.
Só tenho a agradecer a todos que me ajudaram com os meninos, muita gente nos ajudou quando eles nasceram levando muitas fraldas e leite. Que Deus continue abençoando a todos. Desejo um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo a todos, especialmente aos que fizeram parte de nossa vida, muitos que eu nem conheço, agradeceu Lucimari, mãe dos meninos.
Samantha, Áureo e Victor – 25/12/2007 (filhos de Cristiane Trombini e Renato André Braz)
O quarto caso da nossa história, e o terceiro da década de 2000, foi ‘literalmente’ um presente de Natal, já que os irmãos Samantha, Áureo e Victor, nasceram às 2h20 de 25 de dezembro de 2007. Na época, eles ficaram conhecidos como os “trigêmeos da Cris Lanches” – pois a mãe, Cristiane Trombini, possuía uma lanchonete na Praça São Benedito. “Até os seis meses de vida, todo o acompanhamento foi feito no Ambulatório de Saúde da Mulher, com o médio Dr. Randal, e, a partir do 6º mês, em conjunto com o HC de Ribeirão Preto, local em que eles nasceram, de cesariana”, contou Cristiane. Há cinco anos a família se mudou para Bauru, e por isso, não puderam comparecer ao encontro do último final de semana.
Maitê, Mirela e Manuela – 08/09/2020 (filhas de Lica e Diego Tirolla )

O último caso, e o mais recente, é o da Família Tirolla. “No dia 3 de março deste ano, eu quebrei o pé na firma que trabalho e, logo depois, minha esposa me ligou falando que tinha uma surpresa. Ao chegar em casa veio o anúncio: estamos grávidos. Foi uma enorme felicidade, algo grande mesmo. Uma semana depois, ela fez um ultrassom a pedido do Dr. Randal, ginecologista da minha esposa, e veio a nova notícia: eram gêmeos. Ficamos surpresos, lógico, mas, ao mesmo tempo, felizes. No entanto, o médico pediu um ultrassom mais detalhado e uma semana depois, ao fazer o novo exame, tivemos a notícia de que não eram dois, e sim, três. Trigêmeos! O baque foi enorme, claro, mas agradecemos a Deus essa benção que Ele estava nos dando. Durante a gravidez, tivemos um bom suporte da Santa Casa, onde temos nosso plano de saúde e, juntamente, no Hospital São Francisco, de Ribeirão Preto. Um dia pediram para ela ir até Sertãozinho, fazer um ultrassom mais detalhado e, logo depois, o Hospital de Ribeirão Preto entrou em contato pedindo para irmos ao Sinhá Junqueira, pois seria feita uma cesárea de emergência. Mesmo estando em Ribeirão, a Santa Casa daqui esteve sempre entrando em contato para saber se precisávamos de algo. Elas nasceram em 8 de setembro: Manuela com 40cm – 1.705kg, Mirela com 40,5 cm – 1.675 kg e Maitê com 39 cm – 1.294 kg. A Manuela e a Mirela vieram para casa depois de 20 dias e, a Maitê, ficou ainda mais 25 dias. Já em casa, a Santa Casa nos providenciou uma grande quantidade de fraldas e leite NAN, que também recebemos da Prefeitura e de amigos. Agradecemos a todos que nos acompanharam durante a gravidez e agora, em casa, com a nossa família completa”, relatou o papai Diego, acompanhado da mamãe, Lica.
PALAVRA DA SANTA CASA – Falando em nome da Santa Casa, o provedor Beto Colatreli destaca a felicidade que o Hospital tem em ter participado desses importantes momentos familiares e, consequentemente, da história de Monte Alto. “Aproveito a oportunidade para desejar um Feliz e Santo Natal e um abençoado 2021, com muita saúde a todos”, finalizou.