O Museu de Arqueologia de Monte Alto teve um projeto de pesquisa na área de Arqueologia, aprovado pelos convênios assinados entre a Universidade de São Paulo (USP), com intermédio do Museu e da Prefeitura Municipal de Monte Alto, SP. O trabalho foi apresentado no VI Simpósio Internacional de Arqueologia dos Discentes do MAE-USP, realizado em maio de 2019, e foi premiado na categoria Melhor Pôster.
Mais recentemente, os resultados do projeto acadêmico foram apresentados no Simpósio Internacional de Iniciação Científica da USP, em novembro de 2020. A apresentação foi avaliada em primeiro lugar na unidade e classificada para a Etapa Internacional do evento, que ocorrerá em março deste ano.
Pesquisas são desenvolvidas desde o ano de 1993 por meio de escavações no sítio arqueológico “Água Limpa”, localizado no bairro de mesmo nome. Os materiais arqueológicos coletados para análise trazem à tona um contexto de grande interesse científico, e foram estudados pelo acadêmico do curso de História João Vítor Marcon Camargo, da Faculdade de Ciências Humanas em seu projeto de Iniciação Científica, denominado “Os homens e a pedra: Análise conjuntural, tecnológica e cultural sobre a indústria lítica do sítio Água Limpa (Monte Alto – SP), nas expedições de 2006,2012, 2014 e 2019 do Projeto Turvo”, sob a orientação da Profª Drª Márcia Angelina Alves.
Os resultados da pesquisa foram em parte realizados do Laboratório do Museu de Arqueologia que revelaram a habitação e atuação de povos indígenas que ocuparam a região de Monte Alto no período de 1553 335. Os povos em questão possuíam meios específicos para produção de instrumentos de trabalho, como a utilização de blocos de pedra como um tipo de suporte – também denominado bigorna – para fraturar ao meio seixos, pedras de formato arredondado ou ovalado, ou até mesmo a produção de pontas de projétil e lascas de pedra a partir do impacto de uma pedra mais dura sobre outra mais frágil.
Além disso, a partir das datações do local, é possível concluir que houve uma forma muito eficiente de disseminação dos métodos e técnicas de lascamento, que foram transmitidos pelos povos indígenas através de mais de um milênio e, posteriormente, foram desestruturados com a invasão colonial.