Na última sexta-feira, 5, após mais de três anos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que a Covid-19 não é mais uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII). A emergência havia sido instaurada no final de janeiro de 2020, quando pouco se sabia sobre a doença.
A decisão acompanha a recomendação do Comitê de Emergência, que destaca a tendência decrescente nas mortes por Covid-19, o declínio nas hospitalizações e internações em unidades de terapia intensiva (UTI) relacionadas à infecção e os altos níveis de imunidade da população ao SARS-CoV-2.
O encerramento da emergência de saúde pública não representa, no entanto, o fim da pandemia de Covid-19, mas é um grande passo nesse sentido. Isso porque a Emergência de Saúde Pública é um termo técnico que passa por diversos critérios até ser decretado. A designação é bastante importante para a coordenação de esforços de saúde pública internacionais.
Já o termo pandemia é diferente e faz referência à disseminação mundial de uma nova doença, quando vários continentes têm uma transmissão sustentada do surto. O diretor-executivo da OMS, Michael Ryan, lembrou que a batalha contra a Covid não acabou e que provavelmente “não haverá um ponto em que a OMS anunciará o fim da pandemia”.
Segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, a declaração de fim da emergência global destaca que o mundo entra em um momento de transição sobre os cuidados em relação ao coronavírus. “A pior coisa que qualquer país pode fazer agora é usar esta notícia como um motivo para baixar a guarda, desmantelar os sistemas construídos ou enviar a mensagem à população de que a Covid-19 não é o motivo de preocupação”, alerta.
De acordo com Tedros Adhanom, o Comitê de Emergência poderá ser convocado novamente caso a doença represente um risco global. No Brasil, os dados semanais mais recentes do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) apontam que entre os dias 23 e 29 de abril foram registrados 38.553 casos e 339 óbitos pela doença.