Paulo Moretti se despede da Rádio Cultura após 50 anos na emissora

Locutor iniciou sua trajetória na emissora em 1972 e eternizou sua voz em acontecimentos marcantes da cidade sempre ao lado de pessoas que o incentivaram e o ensinaram ao longo de sua carreira
Duradoura carreira de Paulo Moretti foi pautada no profissionalismo e respeito (Fotos: arquivo pessoal)

Na semana passada, os ouvintes da Rádio Cultura de Monte Alto despediram-se da icônica voz de Paulo Moretti, que encerrou uma longa jornada de 50 anos na emissora para usufruir de sua merecida aposentadoria.

A paixão de Paulo pela comunicação surgiu ainda na infância, aos cinco anos de idade, quando frequentava as piscinas do Monte Alto Clube e, a caminho do clube, passava ao lado da Rádio Cultura, onde pendurava-se no vitrô e, encantado, ficava observando os locutores através do vidro do estúdio.

“Muitas foram as vezes que vi Nhô Lemo, com aquela voz marcante que ecoava pelos quatro cantos da cidade encantando a todos. Acredito que foi a partir daí que começou a minha admiração pela comunicação”, destaca o locutor.

A vida seguiu até que, no final de 1972, seu pai, Antônio Moretti (Nitcha), em conversa com o saudoso diretor-proprietário da Rádio Cultura, Sr. Laerte Ulian, perguntou-lhe se havia alguma vaga de emprego na emissora. Laerte, de imediato, respondeu que sim.
Quando avisado sobre a oportunidade, Paulo ficou assustado. “Jamais havia imaginado estar diante daquele microfone tão cedo, pois na época tinha apenas 14 anos”, explica.

Após alguns testes e gravações, teve início a trajetória de Paulo Moretti na Rádio Cultura. Em dezembro de 1972, começou a treinar com o locutor Dirceu Antônio Nazário e, em 6 de janeiro de 1973, foi ao ar o primeiro texto.

Em pouco tempo, Laerte Ulian e Dirceu começaram a se afastar dos microfones e Paulo, ainda pouco experiente, começou a assumir a apresentação de vários programas. O primeiro deles foi “Bom Dia Amigo”, que depois recebeu o nome de “A Música que Você Escolheu” e, por fim, “Manhã Espetacular”.

Em 1976, com o retorno do saudoso Antônio Afonso de André, o Sanfim, implantou-se o jornalismo. De início, o “Jornal do Meio Dia”; em 1977, “A Hora da Notícia”. A partir de então, João Moreira Filho juntou-se à equipe do jornal.

“A minha evolução profissional dentro da Rádio Cultura deveu-se, em parte, à minha disciplina, vontade de aprender e paixão. Mas não era o suficiente. Isso porque duas pessoas foram de extrema importância para o meu crescimento profissional: Sr. Laerte Ulian e Sr. Antônio Afonso de André. Tomei broncas, correções e sempre fui incentivado por eles”, explica Paulo Moretti.

“Com o Sr. Laerte, aprendi a ser mais disciplinado e organizado, isso ele era, e muito. Com o Sanfim, consegui absorver parte de sua bagagem jornalística, tinha uma memória incrível e cultura acima da média. Os tantos colegas de trabalho também contribuíram muitíssimo nessa evolução profissional. Agradeço indistintamente a todas as pessoas que tive o prazer em conviver, companheiros e diretores”, destaca o locutor.

Paulo abre um parênteses para agradecer e destacar a duradoura relação profissional com o parceiro João Moreira Filho, com quem também aprendeu muito. “Nunca, durante mais de 40 anos, tivemos uma única discussão, ou alguma coisa que pudesse estremecer a nossa amizade, sempre imperou o respeito e profissionalismo puro”, comenta.

Durante a longa jornada, acontecimentos históricos foram registrados pelos microfones de Paulo Moretti: transmissões de eventos, inaugurações, desfiles cívicos, eleições, carnaval de rua e nos salões. O locutor, então, relembra duas situações difíceis vividas.

A primeira, em 1992, em um ato terrorista contra a Rádio Cultura, em que derrubaram a torre de transmissão, cortaram os cabos de sustentação e a torre veio abaixo. A segunda cobertura difícil foi a rebelião na cadeia, ainda quando o saudoso Dr. Antonio Carlos Barros de Mello era o delegado. “Bombas, tiros, quebra-quebra e muita gritaria. Foi uma experiência terrível”, relembra Paulo.

Por fim, Paulo Moretti registra o mais profundo agradecimento aos diretores e companheiros da Rádio Cultura de Monte Alto e, aos ouvintes, manifesta seu respeito e carinho para sempre.

A todos que, ao final da sua carreira, queiram deixar um legado, Paulo deixa uma mensagem: “Ética, humildade, profissionalismo estão totalmente ligados à honestidade, empenho, respeito e dedicação. Faça o seu melhor sempre, seja uma referência de qualidade e honre a confiança que a empresa teve em você”.

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