A Prefeitura de Monte Alto, através da Secretaria Municipal de Educação, inaugurou, na manhã de sábado, 21 de dezembro, a Escola Municipal de Educação Básica “Professora Amélia Nunes de Freitas”. A nova unidade de Ensino Fundamental I, do 1º ao 5º ano, atenderá cerca de 200 crianças, de 6 a 10 anos, do Bairro Vera Cruz e proximidades.
Autoridades do Executivo e Legislativo, educadores do município, além de familiares da homenageada e moradores do bairro, estiveram presentes na solenidade.
A obra teve início na gestão da ex-prefeita Silvia Aparecida Meira, em 2015, solicitada através do Plano de Ações Articuladas – PAR, tendo como justificativa o grande aumento habitacional na região, com a abertura dos novos bairros.
Depois da leitura da biografia da homenageada professora Amélia Nunes de Freitas, a secretária de Educação Marilena Regina da Silva ‘Nita’ emocionada, lembrou do trabalho dos secretários que a antecederam, desde a conquista da escola para o município, agradeceu o envolvimento de toda a equipe da Educação e, lembrando grandes educadores e pensadores, citou a célebre frase de Vitor Hugo: “quando se abre uma escola, se fecha uma prisão”.
Quebrando o protocolo, a diretora da escola Laídes Trindade, Maria Elisabete Zaupa, lembrou momentos inesquecíveis de sua vida escolar, quando teve D. Amelinha como mestre. “Ela fazia seu trabalho com muito amor, era uma mulher à frente do seu tempo. Me lembro que nas suas aulas ela fazia uma votação para eleger entre os alunos quem seria o prefeito, vice-prefeito, vereador, assistíamos às aulas com as faixas no peito. Tudo isso, para nos ensinar muito mais do que aprender a ler e a escrever. Não poderia me furtar de lembrar momentos tão marcantes”, comentou.
Presente na solenidade, Silvia Meira, disse da sua alegria em estar ali, relembrou a luta para a conquista da escola para o município, na pessoa do prefeito João Paulo Rodrigues, parabenizou a todos pelo trabalho realizado até o momento para a entrega da obra. Também dirigiu palavras de carinho aos familiares da homenageada, com agradáveis lembranças da professora Amelinha.
Em nome do Legislativo, o presidente Baltazar Garcia, que também é educador, fez uso da palavra e falou da importância da unidade escolar, além de parabenizar o trabalho de todos e desejar sucesso para a equipe que assume os trabalhos no local.
Por fim, o prefeito João Paulo Rodrigues ressaltou que, como gestor, é sempre uma alegria entregar uma obra para a população, especialmente quando se trata de uma escola. Comentou que Monte Alto tem, agora, 23 unidades escolares. “Esta é a sexta obra iniciada na gestão da prefeita Silva que nós estamos entregando. Entregamos o Mercadão, os três Museus, o ginásio “Pinheirinho” e agora, a escola Amélia. Encerrando, desejou boas festas a todos e convidou os presentes a se unirem para rezar a oração universal, o Pai Nosso.
HOMENAGEADA – A EMEB leva o nome de Amélia Nunes de Freitas, professora nascida em 24 de abril de 1929. A montealtense lecionou na zona rural dos municípios de Urupês e José Bonifácio, entre os anos de 1948 e 1950, retornando à sua cidade natal para realizar o mesmo trabalho em comunidades rurais. Em 30 de junho de 1950, foi efetivada como professora na escola “Dr. Raul da Rocha Medeiros”.
Casou-se com Wilson Freitas em 1953, tendo como único filho Wilson Antônio Tadeu Nunes de Freitas, que se casou com Maria Cristina Cestari de Freitas e lhe deu um neto, Guilherme Cestari de Freitas.
Segundo relatos de pessoas que conviveram com a professora, a quem muitos chamavam de D. Amelinha, ela foi uma profissional dedicada e muito exigente, que ensinava inclusive seus alunos a limparem as carteiras de madeira. Amélia também chegava antes do início da aula para dedicar-se aos jovens com dificuldades de aprendizado e para preparar sua lousa com o conteúdo do dia e diversos desenhos.
A professora também desempenhou seu papel de educadora com crianças dos circos que vinham a Monte Alto. Amélia as acolhia em sua sala de aula, compreendendo as necessidades dessas crianças nômades. Aposentou-se em 28 de janeiro de 1986, ainda na escola Dr. Raul da Rocha Medeiros. Mesmo acometida pelo mal de Alzheimer, ensinava tabuada às suas cuidadoras. Faleceu em 24 de março de 2014, deixando um legado de muita dedicação e amor ao ofício.
