WhatsAppnite: como o vício do uso do celular pode afetar os movimentos das mãos?

Realização de tarefas repetitivas sem intervalos pode resultar em redução de circulação sanguínea e fadiga muscular

Para os mais atualizados, não é difícil entender, somente pela nomenclatura, o que constitui o ‘WhatsAppnite’. Em decorrência do uso excessivo dos dispositivos móveis, problemas nos tendões e articulações dos punhos e das mãos se tornaram recorrentes nos últimos meses. Outro resultado foi a incidência de dores e inflamação, principalmente nos dedos polegares, em doença conhecida popularmente como “WhatsAppinite”.

A condição da WhatsAppnite se desenvolve quase sempre devido aos movimentos repetitivos do punho e polegar, comuns em quem usa computadores ou celulares de forma excessiva.

A fisioterapeuta Nathalia Zanellato contou para o Imparcial algumas contribuições sobre a doença e como ela pode influenciar nos movimentos das mãos e dedos. “Nunca tinha ouvido falar desse termo, mas fazendo uma análise simples, é fácil de concluir ao que se refere: inflamações, possivelmente causadas em músculos e tendões da mão pelo uso excessivo do WhatsApp. Porém, algo que já ouvi falar e é algo muito comum nas clínicas de fisioterapia, é a lesão por esforço repetitivo ou simplesmente LER, um conjunto de distúrbios específicos, como por exemplo, a síndrome do túnel do carpo, epicondilite lateral ou tendinite do pulso ou mão, que se desenvolvem como resultado de movimentos repetitivos, posturas inadequadas, força sustentada”, disse ela.

A fisioterapeuta também alerta como o movimento pode prejudicar o paciente. “A realização de uma tarefa repetitiva sem intervalos pode resultar em uma redução da circulação sanguínea local e fadiga muscular, com consequente hipersensibilidade dos receptores dolorosos musculares, levando a uma resposta à dor em baixos níveis de estimulação. Além disso, o uso excessivo dos tendões por cargas repetitivas causa lesão por esforço repetitivo. Em resumo, movimentos repetitivos podem gerar, desde dor muscular até lesão nos tendões, que por sua vez, podem levar a um quadro de incapacidade por parte do indivíduo acometido”.

A grande preocupação é que o esforço realizado e a repetição para a movimentação da digitação, por exemplo, pode sobrecarregar os tendões dos dedos polegares, levando à inflamação. Os principais sintomas são dor, inchaço e dificuldade de realizar movimentos da vida diária, como escovar os cabelos, abrir uma porta, entre outros.

A respeito de tratamentos ou possíveis precauções, é muito importante realizar pausas durante atividades muito repetitivas, como por exemplo, digitar. Pensando que todo o quadro de lesão é gerado por movimentos repetitivos por longos períodos, intervalos durante a atividade são essenciais para evitar que o quadro se instale. Durante esses momentos de descanso, alongamentos podem ser realizados, a fim de relaxar a musculatura que vinha sendo utilizada durante a atividade.

“A realização de atividade física, seja ela qual for, também é de extrema importância”, relata a profissional. A prática de exercícios físicos resulta em diversas repercussões no nosso organismo. Melhora do condicionamento e da força muscular, redução do estresse, sensação de bem-estar e relaxamento são apenas alguns dos benefícios que podem ser citados.

“Acredito que nos últimos anos a tecnologia vem modificando totalmente a vida das pessoas. Hoje em dia, quase todas as pessoas possuem um aparelho celular, e diferente da época em que surgiu, os celulares desempenham um papel quase que indispensável na maioria de nossas vidas. A facilidade com que se tem tudo na palma da mão, de forma rápida e prática tende a fazer com que as pessoas passem muito tempo do seu dia utilizando o celular. E isso foi apenas agravado pela pandemia nesse último ano. A necessidade do isolamento social fez com que muitas coisas passassem a funcionar de forma totalmente on-line. Um grande exemplo disso foi o boom de empresas aderindo ao home-office, uma atividade basicamente realizada através de computadores e celulares. Acredito que dentro desse contexto de aumento excessivo do uso de aparelhos eletrônicos, um aumento considerável no surgimento de problemas como o WhatsAppnite pode surgir”, destacou Nathalia sobre a acessibilidade aos dispositivos móveis.

Em termos gerais, os estudos científicos são realizados a fim de encontrar respostas e direcionar o melhor manejo dentro da área da saúde. Apesar de o WhatsAppnite ser um termo recente, as lesões por movimentos e esforços repetitivos são ocorrências comuns na área da reabilitação, e, portanto, existem sim, diversos estudos que embasam o melhor tratamento para esses casos. Porém, a ciência está sempre evoluindo e novos estudos estão sempre sendo realizados, e por isso, acredito que esse número tende apenas a crescer, tornando ainda mais fortes, as evidências para a reabilitação desses pacientes.

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