Diários de Bicicleta

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Hoje, eu nem deveria estar escrevendo esse diário, pois era pra eu estar na estrada, pedalando freneticamente sentido Cusco. Mas como um problema intestinal me atacou, sobra tempo pra ficar deitado e escrevendo todo esse monte de besteiras. Agora eu não estou vomitando, dessa vez o buraco é mais embaixo, e já que eu não posso ficar longe do banheiro, não posso pegar estrada. Estou numa vila chamada Laja, a 40km de La Paz, e aqui eu devo ficar até melhorar. Mesmo com todos esses contratempos, as coisas poderiam estar bem, mas não estão. Aqui na vila não tem chuveiro, e eu já estou sem banho há quase 3 dias. Até pedi pra tomar banho no hospital, mas o chuveiro de lá não funciona, dá choque, não esquenta, nem adianta. O único remédio pra tudo isso se chama paciência e lenço umedecido.
Mas voltando a Challapata, onde coloquei tudo pra fora, eu continuo escrevendo sobre as estranhas histórias dessas duas últimas semanas. O que posso adiantar é que a coisa anda um pouco complicada, tanto durante as viagens, como na hora de tomar banho e comer. Tirando esses percalços, Challapata foi uma delícia. Lá eu ainda estava na companhia da Fer, que me ajudou bastante, fez salada de fruta, levou na cama, comprou remédio, cortou meu cabelo,  enfim, me deu todo um apoio materno. Que sorte eu tenho por ter a oportunidade de acreditar em Deus, acho que sem Ele, essas pessoas não iriam aparecer em minha vida com tanta frequência. 
Deveríamos ficar 2 noites em Challapata, mas devido as enfermidades, descansamos por 5. Sorte que encontramos um hotelzinho delicioso, com comida de mãe, limpinha e bem preparada. Depois de me recuperar bem, pé na estrada novamente. Finalmente eu voltaria a pedalar no asfalto, que saudades que eu estava. Seguimos sentido Oruro, que segundo o meu mapa, estava a 113km dali, mas na pratica a coisa foi um pouco diferente, o que me deixou um pouco esgotado no final da viagem. Pra mim, uma das piores coisas de uma viagem de bicicleta é a ilusão. Quando você coloca na cabeça que a viagem terá 100km, e de repente descobre que na verdade serão 130, o corpo grita e pede arrego. Claro, devemos ter calma, muita calma, mas a ilusão atrapalha, e o corpo acaba se desgastando demais.
Nesse dia foi assim. Os primeiros 80km foram maravilhosos, depois a coisa começou a complicar. Comecei a me sentir fraco, o vento começou a soprar contra, a bicicleta simplesmente não saia do lugar, minha cara estava lamentável, fiquei com dó de mim mesmo nesse dia. E isso tudo foi antes de chegar aos ilusórios 113km.  Quando o velocímetro marcou 115km e eu estava no meio do nada, eu não podia acreditar. A cada curva uma esperança, e nada de chegar em Oruro. Cada subida era uma eternidade, e meu corpo foi ficando realmente cansado, fraco e estressado. Anoiteceu e eu ainda estava na estrada, até que comecei a ver as luzes da cidade, mas quem disse que estava perto? Mais uma ilusão. Depois de pedalar 120km, qualquer 50 metros é muito, e as luzes da cidade só serviram pra me iludir mais ainda. A cidade simplesmente não chegava, e eu fiquei quase 2 horas pedalando e olhando pras luzes, até finalmente conseguir chegar no centro. Cheguei mal, com a cabeça atrapalhada. Encontrei a Fer num hotel e cai na cama, onde fiquei por vários minutos, sem me mexer. Não quero fazer drama, mas o negocio foi realmente chato. 

 

 

 

 

 

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