Diários de Bicicleta

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Confesso que é bom demais ficar sem tomar banho por uns dias, sofrer um pouco nessas montanhas, que chegam a ser ridículas de tão lindas e difíceis, colocar o corpo pra trabalhar no limite e lutar a cada minuto pra ter paciência. Como é bom passar alguns perrengues, pra depois agradecer pelo chuveiro quente, pela cama macia e pela comida que nunca nos falta. O melhor de tudo mesmo é estar sempre preparado pra qualquer coisa, pra qualquer dificuldade, porque depois da tempestade sempre vem o sol, e ai, a alegria é tão grande, que chega a ser infinita. 
Os últimos dias têm sido uma mescla de tudo isso. Muitos momentos de dificuldades físicas e alguns outros de conforto, e eu aprendi que posso desfrutar dos dois lados. Da pra curtir o que não é fácil, afinal, tudo passa, tudo muda, e já que a nossa tendência é sempre crescer e aprender, se tudo fosse fácil, seria quase impossível explorar as infinitas qualidades e possibilidades que existem dentro da gente. 
O começo da história é mais tranquilo, confortável, e digamos, preguiçoso até demais. Depois de alguns dias de enrolação, consegui finalmente arrumar minhas coisas, colocar tudo em cima da Princesa e ir embora, com dor no coração, do hostel Estrellita, em Cusco, um lugar de muitas amizades e aconchego. Passei momentos de extrema paz ali, naquele quintal silencioso, conhecendo gente do mundo inteiro, cada um com sua bicicleta e suas infinitas histórias. Acordei, me arrumei, me despedi, e fui… “pra sempre”. 
O que acontece, é que durante esses dias em que estive em Cusco, conheci umas mineiras de Belo Horizonte, gente finíssima, e antes de pegar estrada, passei no hotel em que elas estavam, pra me despedir. A despedida durou algumas horas, o tempo foi passando, papo vai, papo vem, uma cervejinha pra se despedir, mais uma pra concretizar o desencontro, e por fim,  pra acabar com todas as minhas expectativas de ir embora, surge um convite que eu não esperava: “Vamos pra Arequipa com a gente?”. Sem pensar em absolutamente nada, eu respondi: “Vâmo, UAI”.
Pronto, e volta o brasileiro pro hostel, depois de 5 horas, com tudo em cima da bicicleta. Cheguei e ninguém entendeu nada. “O que você tá fazendo aqui de novo?” … “Ah, gente, desisti de ir embora, uai”. Desarmei todas as coisas novamente, guardei a bicicleta no depósito, coloquei a mochilinha de 2 dias nas costas e me joguei num final de semana Arequipeño, eu e o harén mineiro. Estava louco pra conhecer Arequipa, mas não havia ido por que estava totalmente fora de mão, então, nada melhor do que pegar um ônibus com mais 5 mineiras e matar essa vontade.
Depois do final de semana, voltei pra Cusco, e ali fiquei por mais uma semana. Mentira, cheguei, arrumei tudo e parti no dia seguinte, cedinho. Dessa vez eu fui embora de verdade, e não fui sozinho. Essa brincadeira de ir pra Arequipa fez com que eu saísse de Cusco 3 dias depois, justamente no mesmo dia que o Daniel, um Austríaco, que está de bicicleta há 6 meses, dividiu o quarto do hostel comigo, e agora divide também o acostamento. Mais uma vez a vida me mostrou que nada acontece por acaso e se não fosse o convite das mineiras, não teria ganhado esse parceiro de estrada. Matei dois pernilongos com uma palma só, um em Minas Gerais e outro na Áustria. Agora estou pedalando, há 15 dias, com essa figura nota 10, que tem os mesmos costumes de estrada que eu, o que fez com que a convivência desse certo.

 

 

 

 

 

 

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